Nessa última terça-feira, um dos mais admirados e copiados estúdios de design fechou suas portas. Espero que seja apenas um sintoma da necessidade, mais forte do que nunca, de se reinventar e inovar continuamente. Para estudantes de design que como eu, tiveram sempre a Designers Republic no bookmark de favoritos, sem dúvida é uma pena. De qualquer forma, resta um pouco de otimismo. Ainda mais lendo as palavras de seu fundador Ian Anderson: “I’m looking out the window and it’s a lovely sunny day - as it always is in Sheffield - and I think there are a lot of plus points. The Republic is dead… long live the Republic”
Muito bem feitas essas embalagens dos Mojitos da marca Rose's. Imagino que o briefing para a agência de design tenha sido algo como: Objetivo: Rejuvenescer a marca Público-alvo: Bartenders e jovens frequentadores de baladas Promessa: A bebida especial para pessoas descoladas como você. Assinatura: Curta a vida com estilo.
Para entender porque a marca Louis Vuitton vale quase 3 vezes mais do que a segunda colocada, um dos caminhos, é acompanhar a coleção que chegou as lojas no dia 9 de Janeiro. Esta coleção é uma homenagem ao estilo grafitti de Stephen Sprouse, transportando novamente o visual "street/rock and roll" para o universo do luxo. Combinação esta, que já foi utilizada em 2001, causando um verdadeiro furação no mundo da moda com a série Graffiti Bags. Essa série foi responsável pelas maiores listas de espera da história da grife. O que era então um símbolo de luxo intocável, ganhou ares subversivos e extremamente cool. Esta foi a porta de entrada para futuras parcerias entre o estilista Marc Jacobs da Louis Vuitton, com artistas como Takashi Murakami, Bob Wilson, Julie Verhoeven e Richard Prince. Graças a ações como essas, a grife conseguiu se afastar do ar decadente associado às emergentes de Miami, e ganhar um ar mais sofisticado para atrair mulheres modernas e descoladas que se identificam com o seriado "Sex and the City". Para fortalecer o conceito da coleção e potencializar ainda mais a marca como símbolo de luxo, foram desenvolvidos 3 skates (edição limitadíssima), à venda apenas na loja Louis Vuitton do SoHo. Junto ao grafiti de Sprouse no skate, você ainda leva uma caixa com o famoso monograma da marca para transportá-lo. O preço por esse "mimo" é de U$ 8,250, sendo que os lucros dessas vendas serão revertidos para a ong Free Arts NYC. Mais do que nunca o "objeto fetiche" de Jean Baudrillard se faz representado.
Agora caso sua preferência seja por algo menos "fútil" e goste mais de "arte e cultura", até o dia 28 de Fevereiro é possível conferir a retrospectiva da arte de Stephen Sproose na Deitch Project's em Nova York. O interessante é pensar no juízo de valor que utilizamos para definir o que é luxo e o que é fútil. Ir para NY comprar uma bolsa ou visitar um museu tem tanta diferença assim? Embora existam diferenças óbvias, a finalidade de ambas pode ser considerada uma demonstração de status.Ter ou saber mais do que alguém denota uma certa superioridade. No final das contas, a vaidade pode ser satisfeita tanto pelo consumo de bens quanto de conhecimento...