Friday, November 16, 2007

47ª questão - Qual o significado de fazer compras?

Aproveitando o post anterior sobre crianças e supermercados, descobri outra atividade interessante para fazer além de fotografar gôndolas. Agora eu tenho a mania de filmar pessoas durante seus momentos de compra. Abaixo filmei uma criança (com sua autorização) quando ela estava na gôndola de sopas.



A princípio foi uma forma de observar como as pessoas reagiam com as embalagens. Pude analisar quais embalagens chamavam mais a atenção, se os consumidores a tocavam, quanto tempo elas demoravam para achar o produto que queriam, além de outras informações interessantes.

Após as aulas que tive sobre Shoppology minha percepção e entendimento do ambiente de ponto de venda aumentaram bastante. Hoje em dia além das embalagens, procuro prestar bastante atenção na experiência de compra oferecida para as pessoas. O ponto fundamental para um melhor resultado é fazer a lógica do PDV ser a lógica do consumidor. É isso que vai fazer com que as pessoas se identifiquem ou não com determinada loja, supermercado ou shopping.

Para quem um dia, sofreu como eu nos hipermercados dos anos 80, fazer compras no Pão de Açúcar do Shopping Iguatemi é uma verdadeira redenção. Muda completamente o significado do que é fazer compras. O que antes era considerado uma obrigação, pode ser transformado num momento de prazer que usufruímos para nossa gratificação. Ainda assim, devo confessar que não troco ir no cinema pelo supermercado. Talvez o mesmo não ser dito sobre as crianças de hoje que já encaram o supermercado como um lugar lúdico. Um dos desafios mais interessantes é tentar entender o impacto disso no comportamento futuro delas.

Só por curiosidade, também filmei um adulto no momento de compra na sessão de sopas.

46ª questão - O que fotos de gôndola tem a ver com design?


Confesso que ir no supermercado nunca foi meu programa favorito. Aliás muito longe disso. Fica fácil de entender o motivo, quando lembramos da experiência de fazer compras antigamente. Ainda guardo lembranças da minha infância onde eu tinha de acompanhar meus pais nas famigeradas compras do mês. Como os índices de inflação eram altissímos, todas famílias estocavam os produtos antes que subissem os preços, causando enormes filas nos caixas. Apesar da minha mãe ser psicóloga, tarefas que estimulassem a autonomia e minha noção como consumidor não eram incentivadas. Dessa forma, em vez de eu poder escolher produtos essenciais como bolachas e sorvetes, me restavam tarefas menos nobres como empurrar o carrinho e colocar tudo rapidamente dentro dos pacotes após o caixa.

Ironicamente hoje em dia meu trabalho exige passar bastante tempo dentro de supermercados. Não me tornei empacotador, mas quase isso. Afinal minha função essencial é proteger e tornar mais fácil o transporte dos produtos para as pessoas. Trabalho em uma agência com grande expertise em design de embalagens, atuando na área de planejamento e novos negócios.
Com isso vivo em supermercados tirando fotos de gôndolas. Tenho fotos de diversas categorias passando por alimentos até materiais de construção. Sempre que encontro alguma embalagem nova ou algo diferente, procuro registrar para ter de referência. Isso é fundamental para análise das diversas variáveis que devemos levar em conta no desenvolvimento de um projeto. Devem ser observadas questões como impacto frente aos concorrentes, padrões da categoria, iluminação e exposição na gôndola, atratividade para os consumidores, etc...

Apesar de muita coisa ter mudado de uns anos para cá, as crianças de hoje em dia ainda continuam empurrando os carrinhos e empacotando as compras. A diferença é que ganharam um grande poder de decisão e ainda por cima negociam quantos chocolates valem seu “trabalho”.

45ª questão - Quais as marcas mais valiosas do mundo?


Já falei sobre o relatório da Interbrand "Best Global Brands 2007" na questão de número 34, mas volto ao assunto porque acho que vale a pena. Dei uma lida no relatório e encontrei informações interessantes sobre tendências e indicadores do que as empresas estão desenvolvendo em Gestão de Marcas. Abaixo traduzi o texto de conclusão da primeira parte do relatório:

"Torne simples
Torne dinâmico
Mantenha em movimento

Os fundamentos da criação de valor de marcas, exemplificados na lista das 100 melhores marcas globais, mostra como as empresas líderes estão gerenciando suas marcas com uma série de ações e iniciativas que a promovam dentro do contexto dos negócios. Entre as iniciativas algumas podem ter foco na comunicação de mídia ou então em um programa interno que envolva os colaboradores com os valores da marca. Mas o que essas iniciativas indicam é que a estratégia de marcas tem tido ultimamente um impacto decisivo na habilidade de se criar e construir valor.

As marcas não atuam em um ambiente passivo. Elas precisam se mostrar e interagir com o mundo para continuarem relevantes. Os mercados são dinâmicos e influenciam as marcas a mudarem constantemente, por isso é necessário existir uma estratégia de marcas para articular corretamente seu posionamento no mercado. As marcas precisam gerenciar suas ações através das influências e forças que determinam a clareza de seu posicionamento. Gerenciar marcas é um processo constante. As ações são criadas para gerar diferenciação. Elas são gerenciadas e implementadas, e a partir dai seus resultados podem ser mensurados e utilizados para definir estratégias futuras. A avaliação de marca é um grande medidor do seu sucesso e nosso relatório tem mostrado a cada ano algumas organizações fazerem isso melhor do que outras. Aquelas que fazem melhor reconhecem o dinamismo necessário para um eficiente gerenciamento de marcas e a conexão entre as ações. Torna-se um processo ciclíco onde existe a aceitação de que uma estratégia de posicionamento que atinja o coração e mentes dos consumidores, é uma atividade que precisa ser progressiva e constante. Como algumas outras, esta é uma disciplina dirigida a compreensão e em desenvolvimento permanente."

Wednesday, November 14, 2007

44ª questão - Qual a importância da gestão do design nas empresas?

Semana passada estive presente no I Fórum Gestão do Design na Faculdade Belas Artes. O evento foi organizado pelos alunos e ex-alunos do curso de Pós-Graduação da faculdade. O tema escolhido foi “A importância da gestão do design nas empresas” com os palestrantes apresentando suas opiniões sobre o tema.

As palestras foram realizadas por profissionais de diferentes expertises, passando por atividades como consultor na área de branding, publicitário, designer, empreendedor e gestor de design dentro da empresa. Outro motivo importante para eu ter ido, foi o fato do meu primo ser o mediador no primeiro dia de debate. Ele foi um dos integrantes da equipe que organizou e tornou realidade esse fórum. Deixo aqui meus parabéns para todos que ajudaram e tiveram seus esforços recompensados com um evento bem feito e de excelente nível.


O interessante foi observar os diferentes pontos de vista sobre o assunto gestão de marca. Cada palestrante apresentou sua visão de como o design pode ajudar as empresas a construir marcas. Todas tinham pelo menos um ponto em comum: ressaltaram a importância cada vez maior do brand equity na geração de valor para os stakeholders através dos valores intangíveis.

Traduzindo para uma linguagem que todas entendam, o discurso hoje em dia é de trabalhar a marca para criar significados que tenham valor para as pessoas Esse valor é que faz as pessoas pagarem um valor financeiro maior pela marca desejada do que pelo concorrente. Com isso a marca é mais rentável, obtém melhores resultados financeiros e aumenta o valor das ações da empresa.

Sobre o objetivo do fórum de discutir a importância da gestão de design, ficou evidente o papel fundamental dos profissionais em se prepararem. A demanda no mercado é por profissionais multidisciplinares com conhecimento em áreas como marketing, pesquisa, sociologia, gestão de projetos e obviamente uma sólida base sobre os fundamentos do design.

Para esse tipo de profissional mercado não falta e as perspectivas para o futuro são ainda melhores. É crescente a procura nas empresas por gestores que pensem estrategicamente e tenham a capacidade de utilizar o design para gerar inovações importantes. Quem tiver mais interesse sobre o assunto, leia o post 39ª que comenta sobre a entrevista da VP mundial de design da Procter na revista Época Negócios.

Tuesday, November 13, 2007

43ª questão - Você prefere ter mais tempo ou mais dinheiro?

Hoje em dia tornou-se até lugar comum dizer que uma das coisas mais valiosas é o nosso tempo. Aos poucos esse item ganha cada vez mais valor, substituindo até mesmo bens de consumo. Passar mais tempo com a família ou buscar o auto-conhecimento tornou-se um objeto de desejo para muitas pessoas. Aqui no Brasil essa tendência apresenta um crescimento bem forte, comprovando-se no resultado da pesquisa que a GFK Indicator fez com seguinte pergunta: O que você prefere, ter mais tempo ou mais dinheiro? Embora o país ainda não ofereça uma qualidade de vida satisfatória para maioria da população, 30% respondeu que prefere mais tempo.

Eu mesmo comecei a tentar entender porque estou sempre correndo e com alguma pendência. Se fizer uma descrição de minha "vida digital" posso dizer que:
- mantenho 3 blogs ativos
- participo de 4 comunidades (Orkut, Linkedin, Facebook, WAYN)
- participo de 2 grupos de discussão do Yahoo
- tenho página com perfil no You Tube
- sempre verifico mensagens nas 4 contas de -emails
- assino e leio o conteúdo das revistas HSM, Exame, Veja e Época Negócios
- assino e leio o conteúdo dos jornais Meio e Mensagem, Valor Online e Folha de São Paulo
- leio blogs de publicidade e planejamento
- assisto tv pelo Joost
- assisto palestras da Endeavor
- tenho uma página no Fotologue com as fotos de gôndola que fotografo
- ouço podcasts

Com essa lista entendi porque nossas 24 horas diárias nunca são suficientes. Afinal fora tudo isso, ainda me resta fazer atividades importantes como trabalhar e ficar com a família. Só para deixar claro, minha família não é do Second Life, é de verdade mesmo.

Nossa geração vive uma situação engraçada, afinal todos indicadores apontam a tendência de mais tempo de vida. Por outro lado, nunca estivemos tão ocupados e sem tempo para aproveitar a vida.