Thursday, December 13, 2007

49ª questão - Design é democrático?

Ontem tive a oportunidade de ir na apresentação dos trabalhos desenvolvidos no curso de embalagens da ESPM, ministrada pelo professor Fábio Mestriner. Fiquei surpreso com os trabalhos apresentados, principalmente pelas soluções que cada grupo desenvolveu. Foi extremamente rico verificar as diferentes propostas para um mesmo briefing. Todos os grupos mostraram interpretações diferentes para a solução de um mesmo problema.

A questão não foi discutir se as propostas eram certas ou erradas, mas sim analisar os diferentes pontos de vista. O importante foi fazer a "lição de casa". ou seja, ir no campo fazer pesquisa, analisar as oportunidades, prestar atenção nos detalhes que compõem uma embalagem, além de cuidar das aplicações de forma, cor e imagem. Uma mensagem essencial transmitida, foi de que o designer deve escolher um caminho e ir nele até o final. Isso gera mais segurança, consequentemente transmitindo aos clientes uma convicção maior na apresentação de qualquer trabalho. O próprio diretor de marketing da Xerox, que também estava presente disse: "A agência tem que me trazer a solução que ela acredita, não inúmeras para eu ter que escolher."

O cliente não tem obrigação de aprovar o projeto. Mas nós como designers, temos a obrigação de apresentar sempre a melhor solução possível para o negócio de nossos clientes. Por isso deve-se seguir uma metodologia consistente, onde seja possível ter parâmetros claros para medir a qualidade de um projeto. Esse processo com certeza foi transmitido no curso, resultando em propostas bem embasasdas e inovadoras dentro da categoria estudada.

Mais do que todo o conhecimento e serviços prestados para o design de embalagem, minha admiração pelo Fábio Mestriner baseia-se em outro aspecto. Acho inspirador o seu respeito com as pessoas, clientes e profissão que escolheu seguir. Com certeza sua contribuição para o desenvolvimento da área de embalagens é digna de aplausos.

Para finalizar, gostei de três definições do Fábio que ouvi ontem:

1) Design não é criação. Design é metodologia, projeto.
2) Design não é democrático.
3) A história é resultado dos atos humanos, não de intenções.

Essas definições podem gerar polêmicas com algumas pessoas que conheço. Mas como já disse, existem diferentes pontos de vista. O que eu acredito é: seguir uma metodologia, ter consistência para defender o que se acredita e não dar desculpas por não ter feito o melhor trabalho possível.

Tuesday, December 11, 2007

48ª questão - Quanto vale um elogio?

Algumas pessoas trabalham por dinheiro. Outras por poder. No meu caso, devo confessar que trabalho por vaidade. Meu maior prêmio é ser reconhecido pelo meu conhecimento e inteligência. Adoro ser elogiado pelos trabalhos que faço. Lógico que isso não deve ser um privilégio meu, afinal conheço várias pessoas que também são extremamente vaidosas pelas obra-primas que oferecem ao mundo.

O motivo de escrever sobre isso, foi o comentário que recebi do meu professor do curso de pós-graduação. Tinhamos de fazer um artigo sobre o segmento de pessoas entre 40 e 49 anos. Nesse artigo fizemos uma análise sobre as motivações, tendências de consumo, características de comportamento, além de outras informações relevantes.

Para minha surpresa tirei uma nota muito boa. Apesar de ter me esforçado bastante para entregar o melhor trabalho que pudesse fazer, o resultado final superou minhas expectativas. Recebi uma avaliação extremamente positiva, lendo várias vezes o e-mail dele para massagear meu ego. Não tenho a intenção de escrever um
post piegas, falando sobre o valor do esforço e sacrifício em prol de uma recompensa futura que fará tudo valer a pena.

Mas o fato é que um elogio pode valer madrugadas em claro, finais de semana estudando, além da cara feia dos amigos por ficar dentro de casa isolado e sem atender o celular. Nesse caso, pelo menos para mim ser reconhecido não teve preço. Os bens emblemáticos que eu valorizo, situam-se muito mais na área do conhecimento e cultura do que propriamente nos bens materiais. Interessante observar como tanto um quanto outro podem servir para demarcar posições de status e hierarquia.

Só para finalizar, quem quiser deixar comentários elogiando meus posts ficarei muito grato. Lógico que existe o risco de me tornar cada vez mais insuportável. Porém, prometo pagar cada elogio, escrevendo coisas muito mais interesantes do que me auto-promover.

Friday, November 16, 2007

47ª questão - Qual o significado de fazer compras?

Aproveitando o post anterior sobre crianças e supermercados, descobri outra atividade interessante para fazer além de fotografar gôndolas. Agora eu tenho a mania de filmar pessoas durante seus momentos de compra. Abaixo filmei uma criança (com sua autorização) quando ela estava na gôndola de sopas.



A princípio foi uma forma de observar como as pessoas reagiam com as embalagens. Pude analisar quais embalagens chamavam mais a atenção, se os consumidores a tocavam, quanto tempo elas demoravam para achar o produto que queriam, além de outras informações interessantes.

Após as aulas que tive sobre Shoppology minha percepção e entendimento do ambiente de ponto de venda aumentaram bastante. Hoje em dia além das embalagens, procuro prestar bastante atenção na experiência de compra oferecida para as pessoas. O ponto fundamental para um melhor resultado é fazer a lógica do PDV ser a lógica do consumidor. É isso que vai fazer com que as pessoas se identifiquem ou não com determinada loja, supermercado ou shopping.

Para quem um dia, sofreu como eu nos hipermercados dos anos 80, fazer compras no Pão de Açúcar do Shopping Iguatemi é uma verdadeira redenção. Muda completamente o significado do que é fazer compras. O que antes era considerado uma obrigação, pode ser transformado num momento de prazer que usufruímos para nossa gratificação. Ainda assim, devo confessar que não troco ir no cinema pelo supermercado. Talvez o mesmo não ser dito sobre as crianças de hoje que já encaram o supermercado como um lugar lúdico. Um dos desafios mais interessantes é tentar entender o impacto disso no comportamento futuro delas.

Só por curiosidade, também filmei um adulto no momento de compra na sessão de sopas.

46ª questão - O que fotos de gôndola tem a ver com design?


Confesso que ir no supermercado nunca foi meu programa favorito. Aliás muito longe disso. Fica fácil de entender o motivo, quando lembramos da experiência de fazer compras antigamente. Ainda guardo lembranças da minha infância onde eu tinha de acompanhar meus pais nas famigeradas compras do mês. Como os índices de inflação eram altissímos, todas famílias estocavam os produtos antes que subissem os preços, causando enormes filas nos caixas. Apesar da minha mãe ser psicóloga, tarefas que estimulassem a autonomia e minha noção como consumidor não eram incentivadas. Dessa forma, em vez de eu poder escolher produtos essenciais como bolachas e sorvetes, me restavam tarefas menos nobres como empurrar o carrinho e colocar tudo rapidamente dentro dos pacotes após o caixa.

Ironicamente hoje em dia meu trabalho exige passar bastante tempo dentro de supermercados. Não me tornei empacotador, mas quase isso. Afinal minha função essencial é proteger e tornar mais fácil o transporte dos produtos para as pessoas. Trabalho em uma agência com grande expertise em design de embalagens, atuando na área de planejamento e novos negócios.
Com isso vivo em supermercados tirando fotos de gôndolas. Tenho fotos de diversas categorias passando por alimentos até materiais de construção. Sempre que encontro alguma embalagem nova ou algo diferente, procuro registrar para ter de referência. Isso é fundamental para análise das diversas variáveis que devemos levar em conta no desenvolvimento de um projeto. Devem ser observadas questões como impacto frente aos concorrentes, padrões da categoria, iluminação e exposição na gôndola, atratividade para os consumidores, etc...

Apesar de muita coisa ter mudado de uns anos para cá, as crianças de hoje em dia ainda continuam empurrando os carrinhos e empacotando as compras. A diferença é que ganharam um grande poder de decisão e ainda por cima negociam quantos chocolates valem seu “trabalho”.

45ª questão - Quais as marcas mais valiosas do mundo?


Já falei sobre o relatório da Interbrand "Best Global Brands 2007" na questão de número 34, mas volto ao assunto porque acho que vale a pena. Dei uma lida no relatório e encontrei informações interessantes sobre tendências e indicadores do que as empresas estão desenvolvendo em Gestão de Marcas. Abaixo traduzi o texto de conclusão da primeira parte do relatório:

"Torne simples
Torne dinâmico
Mantenha em movimento

Os fundamentos da criação de valor de marcas, exemplificados na lista das 100 melhores marcas globais, mostra como as empresas líderes estão gerenciando suas marcas com uma série de ações e iniciativas que a promovam dentro do contexto dos negócios. Entre as iniciativas algumas podem ter foco na comunicação de mídia ou então em um programa interno que envolva os colaboradores com os valores da marca. Mas o que essas iniciativas indicam é que a estratégia de marcas tem tido ultimamente um impacto decisivo na habilidade de se criar e construir valor.

As marcas não atuam em um ambiente passivo. Elas precisam se mostrar e interagir com o mundo para continuarem relevantes. Os mercados são dinâmicos e influenciam as marcas a mudarem constantemente, por isso é necessário existir uma estratégia de marcas para articular corretamente seu posionamento no mercado. As marcas precisam gerenciar suas ações através das influências e forças que determinam a clareza de seu posicionamento. Gerenciar marcas é um processo constante. As ações são criadas para gerar diferenciação. Elas são gerenciadas e implementadas, e a partir dai seus resultados podem ser mensurados e utilizados para definir estratégias futuras. A avaliação de marca é um grande medidor do seu sucesso e nosso relatório tem mostrado a cada ano algumas organizações fazerem isso melhor do que outras. Aquelas que fazem melhor reconhecem o dinamismo necessário para um eficiente gerenciamento de marcas e a conexão entre as ações. Torna-se um processo ciclíco onde existe a aceitação de que uma estratégia de posicionamento que atinja o coração e mentes dos consumidores, é uma atividade que precisa ser progressiva e constante. Como algumas outras, esta é uma disciplina dirigida a compreensão e em desenvolvimento permanente."

Wednesday, November 14, 2007

44ª questão - Qual a importância da gestão do design nas empresas?

Semana passada estive presente no I Fórum Gestão do Design na Faculdade Belas Artes. O evento foi organizado pelos alunos e ex-alunos do curso de Pós-Graduação da faculdade. O tema escolhido foi “A importância da gestão do design nas empresas” com os palestrantes apresentando suas opiniões sobre o tema.

As palestras foram realizadas por profissionais de diferentes expertises, passando por atividades como consultor na área de branding, publicitário, designer, empreendedor e gestor de design dentro da empresa. Outro motivo importante para eu ter ido, foi o fato do meu primo ser o mediador no primeiro dia de debate. Ele foi um dos integrantes da equipe que organizou e tornou realidade esse fórum. Deixo aqui meus parabéns para todos que ajudaram e tiveram seus esforços recompensados com um evento bem feito e de excelente nível.


O interessante foi observar os diferentes pontos de vista sobre o assunto gestão de marca. Cada palestrante apresentou sua visão de como o design pode ajudar as empresas a construir marcas. Todas tinham pelo menos um ponto em comum: ressaltaram a importância cada vez maior do brand equity na geração de valor para os stakeholders através dos valores intangíveis.

Traduzindo para uma linguagem que todas entendam, o discurso hoje em dia é de trabalhar a marca para criar significados que tenham valor para as pessoas Esse valor é que faz as pessoas pagarem um valor financeiro maior pela marca desejada do que pelo concorrente. Com isso a marca é mais rentável, obtém melhores resultados financeiros e aumenta o valor das ações da empresa.

Sobre o objetivo do fórum de discutir a importância da gestão de design, ficou evidente o papel fundamental dos profissionais em se prepararem. A demanda no mercado é por profissionais multidisciplinares com conhecimento em áreas como marketing, pesquisa, sociologia, gestão de projetos e obviamente uma sólida base sobre os fundamentos do design.

Para esse tipo de profissional mercado não falta e as perspectivas para o futuro são ainda melhores. É crescente a procura nas empresas por gestores que pensem estrategicamente e tenham a capacidade de utilizar o design para gerar inovações importantes. Quem tiver mais interesse sobre o assunto, leia o post 39ª que comenta sobre a entrevista da VP mundial de design da Procter na revista Época Negócios.

Tuesday, November 13, 2007

43ª questão - Você prefere ter mais tempo ou mais dinheiro?

Hoje em dia tornou-se até lugar comum dizer que uma das coisas mais valiosas é o nosso tempo. Aos poucos esse item ganha cada vez mais valor, substituindo até mesmo bens de consumo. Passar mais tempo com a família ou buscar o auto-conhecimento tornou-se um objeto de desejo para muitas pessoas. Aqui no Brasil essa tendência apresenta um crescimento bem forte, comprovando-se no resultado da pesquisa que a GFK Indicator fez com seguinte pergunta: O que você prefere, ter mais tempo ou mais dinheiro? Embora o país ainda não ofereça uma qualidade de vida satisfatória para maioria da população, 30% respondeu que prefere mais tempo.

Eu mesmo comecei a tentar entender porque estou sempre correndo e com alguma pendência. Se fizer uma descrição de minha "vida digital" posso dizer que:
- mantenho 3 blogs ativos
- participo de 4 comunidades (Orkut, Linkedin, Facebook, WAYN)
- participo de 2 grupos de discussão do Yahoo
- tenho página com perfil no You Tube
- sempre verifico mensagens nas 4 contas de -emails
- assino e leio o conteúdo das revistas HSM, Exame, Veja e Época Negócios
- assino e leio o conteúdo dos jornais Meio e Mensagem, Valor Online e Folha de São Paulo
- leio blogs de publicidade e planejamento
- assisto tv pelo Joost
- assisto palestras da Endeavor
- tenho uma página no Fotologue com as fotos de gôndola que fotografo
- ouço podcasts

Com essa lista entendi porque nossas 24 horas diárias nunca são suficientes. Afinal fora tudo isso, ainda me resta fazer atividades importantes como trabalhar e ficar com a família. Só para deixar claro, minha família não é do Second Life, é de verdade mesmo.

Nossa geração vive uma situação engraçada, afinal todos indicadores apontam a tendência de mais tempo de vida. Por outro lado, nunca estivemos tão ocupados e sem tempo para aproveitar a vida.

Saturday, October 06, 2007

42ª questão - O que o consumo tem a ver com cidadania?

Insistindo mais um pouco em falar de política, descobri um paralelo interessante entre esse assunto e o consumo. O livro "História do consumo no Brasil" do jornalista Alexandre Volpi, apresenta um panorama de como o direito do consumidor é diretamente proporcional a noção de cidadania. Como falar de direitos dos consumidores se os interesses dos cidadãos brasileiros eram ignorados nos primeiros anos de república?


Fiquei surpreso em descobrir que no mesmo ano que o Brasil comemorava a Proclamação da República, surgia em Nova York a primeira associação de defesa dos consumidores americanos. No início do século XX a sociedade americana já se organizava em defesa de seus direitos, principalmente nas leis que regulavam o comércio de alimentos e remédios.

Este fato é significativo para entender a tolerância brasileira em relação aos políticos. Segundo o sociólogo T.H. Marshall há três dimensões fundamentais para o direito que são necessários para o exercício pleno da cidadania: civil, política e social. Com base na experiência inglesa, Marshall sugere que existe uma ordem lógica para o desenvolvimento da cidadania de uma nação. Primeiro vêm os direitos civis, depois os políticos e por último os sociais. Ou seja com a liberdade civil a população reinvidica e conquista seu direito de voto e o governo democrático cria bases para introdução da justiça social.

Pela análise do historiador José Murilo de Carvalho, no Brasil a pirâmide da cidadania ficou de cabeça para baixo. Entre nós o social precedeu os outros. E ter o povo sob controle foi a marca da história político brasileira. Sob esse enfoque até a evolução das conquistas sociais perde seu valor. A antecipação dos direitos sociais fazia que os direitos não fossem vistos como independentes da ação do governo mas sim um favor em troca do qual se deviam gratidão e lealdade.

Talvez eu tenha sido muito otimista mesmo achando que através dos blogs poderíamos mudar o país. O problema é muito mais complexo e estrutural, exigindo uma mudança gradual da sociedade. De qualquer forma, o primeiro passo para mudanças é ter consciência de sua origem e história. Só assim vamos ter esperança de um dia em vez de discutir sobre os absurdos dos políticos, ter orgulho em falar do país que construímos.

Friday, October 05, 2007

41ª questão - Quanto vale um senador?

Aproveitando o post anterior vou fazer minha parte como cidadão. Saiu uma reportagem de um estudo da organização Transparência Brasil com os números de quanto sai cada parlamentar.

É impossível não ficar indignado e revoltado. Espero que meu otimismo da pressão que os blogs podem ter, realmente se confirme. Já que estamos cada vez mais exigentes como consumidor, por que não ser também cada vez mais exigente com os políticos?

Thursday, October 04, 2007

40ª questão - Blogs tem força política?


Vi um post no site da Paula Rizzo que achei bem interessante.
"Hoje blogs de todo o mundo publicarão posts em favor da liberdade em Myanmar (país também conhecido como Burma, a antiga Birmânia) num movimento denominado
“Free Burma”.

Quem sabe os blogs não podem mesmo ser uma fonte de pressão política? Será que conseguimos exigir um mínimo de ética de nossos políticos através de mobilizações como essa?

Espero ter alguma esperança, mas como já percebi a linha que separa o otimismo
da ingenuidade é muito tênue...

39ª questão - O design agregou vantagens competitivas à empresa? Quais?

Esse mês saiu uma reportagem da Época Negócios com a VP mundial de design da Procter. Foi aberto ao público a oportunidade de enviar perguntas para ela responder. Por isso pensei em algumas questões e enviei 9 perguntas sendo que uma delas foi selecionada. Na verdade não era a que eu achava mais interessante, mas pelo menos foi publicada. Para ver a matéria é só clicar nesse link abaixo.

Link: Matéria Época Negócios


Vale ler para entender como o design se torna cada vez mais estratégico dentro das empresas. Já faz tempo que ele passou de ser algo estético para reestruturar totalmente o negócio, mesmo em empresas do porte da Procter.


38ª questão - Embalagem constrói marcas?

Li no site da Paula Rizzo: "Acaba de sair o novo filme da campanha de Dove, uma continuação de “Evolution“, comercial que ganhou Grand Prix de Filme e Cyber este ano em Cannes. “Onslaught”, também lançado inicialmente na Internet (e buscando a viralização), mostra uma menininha de 7 anos sendo bombardeada por anúncios da indústria de beleza e assina “fale com a sua filha antes que a indústria de beleza o faça”.

Confiram aqui o comercial, também assinado pela Ogilvy:

Alguns pontos importantes dessa campanha:

- utilização da internet como suporte da campanha
- estratégia de divulgação viral
- conceito que saiu do lugar comum na categoria, aproximando a marca Dove do público feminino
- posicionamento da "Campanha pela real beleza" apresentada de diversas formas
- crítica as mensagens publicitárias


Como trabalho na área de design, pensei em algumas questões como exercício para refletir caso a Dove fosse nosso cliente:

- como a embalagem pode reforçar o conceito dessa campanha?
- faz sentido colocar imagens de mulheres nas embalagens?
- a embalagem deve trabalhar para marca ou para o produto?
- no caso de um produto para crianças quais apelos deveriam ser destacados?
- quanto a embalagem influencia nas vendas nesse caso em que a marca tem uma força tão grande?

Alguém tem as respostas?

Friday, August 24, 2007

37ª questão - 307 ou Fielder?

Outro dia conversando com uma amiga, percebi o quanto os bens de consumo realmente acabam servindo para demarcar e categorizar as pessoas.
Tudo começou quando esta amiga me contou que estava procurando um carro para comprar. A faixa de preços que ela queria pagar situava-se entre R$ 50 mil e R$ 60 mil. Dentro dessa faixa encontramos algumas opções de carros com diferentes perfis e posicionamentos.

Por isso ela começou a selecionar os carros, fazendo uma pesquisa mas mudando de idéia a cada mês. A sequência foi mais ou menos a seguinte: Meriva, Space Fox, Honda Fit, Peugeot 307 e Toyota Fielder. Foi ai que ela chegou num impasse. O marido adorou o Peugeot 307, não abrindo mão de comprar esse carro. Enquanto isso, ela se apaixonou pelo Toyota Fielder já imaginando-se sentada dirigindo pelas ruas.

Por conta disso, muitas discussões acaloradas vieram a se realizar. No começo achei um tanto quanto fútil brigar por um motivo desses. Mas só quando ela me contou o seguinte insight que me caiu a ficha:
"Eu estava saindo do trabalho, quando vi lado a lado um 307 e um Fielder. Comparei os dois e percebi que o 307 era moderno, esportivo, passava uma imagem mais jovem. Justamente a cara do meu marido. Enquanto isso, o Fielder era a minha cara. Passa a imagem de uma executiva já madura, que sabe o que quer, tem filhos e está em outra fase da carreira."

Ou seja, as brigas pela escolha do carro na verdade eram apenas a parte visível de uma questão muito mais profunda. O ponto-chave das discordâncias foi a diferença de valores que cada um do casal se identificou. Os aspectos necessários para afirmação de identidade eram diferentes e não convergiam num ponto em comum. Essas diferenças foram representadas num bem emblemático, que no caso era um carro. Muito mais do que escolher um carro ou outro, essa decisão envolvia privilegiar uma forma ou outra de personalidade.

Quanto a escolha do carro, isso ainda não foi decidido pelo casal. Assim que eu souber, conto em primeira mão qual foi o desfecho dessa história.

Thursday, August 16, 2007

36ª questão - Como fazer uma embalagem?

Esse post é sobre uma aula que tive no meu curso de Pós-graduação. A matéria chama-se Sentidos, percepção e design. O resumo da aula foi o seguinte:

Apresentamos as embalagens que escolhemos trazer e explicar o porquê dessa escolha. Apareceram muitas embalagens interessantes, sendo destacado a importância que o visual tem na percepção de uma marca.

Após as apresentações, fizemos um exercício de redesenhar 3 embalagens que trouxemos direcionando-se para o mercado da 3ª idade. Em geral todos tiveram os insights característicos de produtos voltados para esse público como: aumento da tipografia, utilização de cores mais suaves, adaptação do formato para melhor ergonomia, destaque para atributos importantes nessa faixa etária e porções menores para facilitar a conservação do produto.

Por experiência própria na área, sei que muitas vezes não é tão simples assim redesenhar uma embalagem. Uma das maiores dificuldades que encontrei foi a falta de briefing e posicionamento da marca. Antes de começar um projeto de embalagem, existe uma série de questões a ser pensada como:
- viabilidade dos processos de impressão,
- impacto do custo da embalagem no custo final do produto
- estratégia de marketing da empresa
- benchmarking com os concorrentes
- pesquisa de tendências e posicionamentos
- descarte da embalagem depois da utilização
- logística de armazenamento e transporte
- legislação sobre textos legais

Achei o exercício interessante porém, preferia que fosse realizado após um embasamento de todas as etapas do desenvolvimento de uma embalagem. Assim conseguiríamos chegar em resultados mais consistentes e efetivos para uma solução de embalagem.

Monday, July 30, 2007

35ª questão - Água: um direito humano ou uma commodity?

Muito interessante esse ponto de vista sobre a questão da água. No mínimo é para se pensar:

"One of the most visible examples of corporate control of water is bottled water. It is the fastest growing sector of the US beverage market and just three corporations – Coke, Pepsi and Nestlé – make up over half of the US bottled water market. These corporations are privatizing our water, bottling it and selling it back to us at prices hundreds, even thousands of times what tap water costs. They have turned a shared common resource into a $100 billion global market – and one of the world’s fastest growing branded beverages."

Alguns restaurantes estão se juntando ao movimento servindo água de torneira em garrafas de vidro. Somente mesmo através de uma conscientização geral é possível atitudes desse tipo. O site para ler mais sobre a campanha é: http://www.stopcorporateabuse.org/cms/page1353.cfm

Cada vez mais, nós temos o poder de se mobilizar e lutar pelo interesse público organizando campanhas que procurem beneficiar toda sociedade. Essa tendência de pensar no coletivo, se apresenta cada vez mais evidente nas novas gerações.

Segundo Marc Gobé em seu livro Emotional Branding, a "geração Y" que são as pessoas nascidas entre 1977 e 1994 são mais conscientes do que as anteriores. Possuem um forte senso comunitário e tem essa ideologia de transformar o mundo para melhor. Com tantas previsões catastróficas para o futuro, quem sabe isso ainda nos dê um pouco de esperança?

34ª questão - Quais as marcas mais valiosas do mundo?

A Interbrand acaba de divulgar o resultado da pesquisa Best Global Brands 2007, que estima as 100 marcas mais valiosas do globo. As três primeiras posições foram mantidas pelas mesmas marcas que em 2006 ocupavam igual colocação no ranking.
A Coca-Cola continua como a mais valiosa do mundo (US$ 65,234 bilhões), seguida pela Microsoft (US$ 58,709 bilhões) e pela IBM (US$ 57,091 bilhões). Em sua sétima edição, a pesquisa, que é publicada pela revista de negócios norte-ame ricana Business Week, atesta a Coca-Cola com o primeiro lugar desde a primeira relação divulgada, há sete anos.
O grande destaque continua sendo o Google, que teve uma valorização de 44% em 2007. A marca, que tem ficado mais valiosa a cada ano, encabeça a lista das que mais crescem: 46% em 2006. De 2005 para cá, o ambiente virtual, que passou de uma simples ferramenta de pesquisa a um portal de informação, subiu da 38ª para a 20ª posição, e hoje vale mais de US$ 17,837 bilhões.

Para ler a matéria completa no Portal da Propaganda é só clicar aqui.

Monday, July 23, 2007

33ª questão - O que é preciso para criar uma marca forte?

Segundo Philip Kotler:

O marketing já foi corretamente denominado de a arte de criar marcas. Uma marca é mais que um nome. Se não for fácil identificá-la, não será realmente uma marca. Há diferenças entre uma marca com pouca ou muita penetração, e a função da pessoa de marketing é criar associações mais sólidas para a marca.

Uma marca forte tem cinco dimensões. Ela deve trazer à mente determinados atributos, tais como o tamanho do produto, suas características e assim por diante. Em segundo lugar, precisa sugerir fortemente uma ou duas vantagens cruciais. Por exemplo, a Volvo faz associação com segurança, enquanto a Apple utiliza a facilidade de operação. Em terceiro lugar, se a marca fosse uma pessoa poderíamos visualizar suas características. A Apple estaria na casa dos 20 anos e a IBM...lá pelos 60. Em quarto lugar, a marca deve sugerir alguma coisa a respeito do sistema de valores da companhia - ela é inovadora, responde às exigências dos clientes, tem consciência social? Finalmente, uma marca forte sugere a imagem dos usuários da marca - eles são jovens e entusiasmados ou mais velhos e assentados? O especialista de marketing incumbido de criar uma marca precisa desenvolver os cinco fatores que a tornam mais robusta.

Uma marca forte precisa ter cinco dimensões:

  • Deve trazer à mente do consumidor seus atributos, como o tamanho do produto, as características etc.

  • Deve sugerir fortemente uma ou duas vantagens cruciais, como Volvo sugere segurança.

  • Deve ter características semelhantes às de uma pessoa, fáceis de visualizar. A Apple, por exemplo, seria vista como uma jovem de 20 anos e a IBM como uma senhora de 60.

  • Deve sugerir algo sobre os valores da empresa - inovação, consciência social etc.

  • Deve sugerir também a imagem de seus usuários.

32ª questão - Quer um monstrinho?

Ainda falando em ações de marketing para crianças e adolescentes, o Peti mandou um exemplo muito legal de customização.

"Crie seu monstrinho!

Até eu queria um.
A cadeia de varejo Fao-Schwarz está oferecendo a partir do final deste mês a possibilidade das crianças desenvolverem seus próprios brinquedos. Basta eles criarem seus monstros e enviarem o desenho por e-mail ou carta. Algumas semanas depois eles o receberão de volta seguindo exatamente a imaginação infantil. A novidade já começa a virar mania com milhares de desenhos sendo enviados diariamente antes mesmo do lançamento. O preço é de gente grande: 250 dólares."

http://www.fao.com

31ª questão - Como atingir os pré-adolescentes?

Essa dica é da Marina que trabalha comigo na agência. Muito interessante como o marketing está evoluindo cada vez mais em relação a experiência com a marca.

"Dêem uma olhada no site: www.clublibbylu.com

Achei legal porque mostras as tendências de consumo das futuras mulheres.
Eles trabalham bastante a questão da customização entre as pré adolescentes.
Tem o Sparkle Spa, onde as "mocinhas" podem criar seus próprios cremes, o
VIP Lounge, para Very Important Princess, o Style Studio, salão de beleza
com tudo que uma mulher tem direito."

Monday, July 16, 2007

30ª questão - Quanto vale uma medalha no Pan?

Tudo bem a previsão de gastos para realização do Pan ser inicialmente de R$ 380 milhões, sendo que no final gastou-se mais de R$ 1,9 bilhões. Tudo bem também esse dinheiro ter vindo do nosso bolso, afinal foi praticamente tudo bancado pelo Estado. Aliás aumentaram a incidência de impostos justamente para sustentar essas e outras. Os problemas de organização também não tem importância. Isso apenas reforça nossa identidade brasileira como povo que dá um jeito em tudo. Se mesmo assim você é designer e não está revoltado com o Pan, existe ainda mais um motivo. Até mesmo o púlpito da inauguração que foi visto pelo mundo todo, estava com o logo aplicado de forma errada.

O melhor momento do Pan até agora foi ver o presidente Lula não ter aberto os jogos por medo das vaias. Tirando isso, não tem medalha que pague a utilização tão irresponsável do meu e do seu dinheiro.

29ª questão - Quer um briefing para melhorar o mundo?


Esta dica quem passou foi a Renata Almeida que trabalha comigo:

"Segue um site muito bacana, que entre outras coisas, está sempre promovendo competições internacionais ligadas à Design.
A bola da vez são as competições sobre os temas: Reinvente e Ame seu planeta.

Segue o link: www.designboom.com/competitions.html

Qualquer um pode participar, é tudo online, não paga nada e os prêmios são muito bons.
A concorrência é acirrada, mas é uma boa forma de exercitar a criatividade.

Vale a pena tambem olhar os resultados de competições passadas, tem muita coisa boa."

Sunday, July 08, 2007

28ª questão - Nada se cria, tudo se copia?


Recebi por e-mail um texto muito bom falando sobre originalidade e plágio do Luciano Tardin. Até por respeito a nossa profissão de designer, achei fundamental divulgar e repassar para o maior número de pessoas.

"Originalidade

Sou designer gráfico e professor universitário. Me formei no final da década de oitenta. Naquela época era muito comum a prática da imitação, por parte de empresas locais, de trabalhos empresas e produtos estrangeiros. Falávamos de alguns empresários como sendo pessoas inescrupulosas, que não valorizavam o setor criativo local. De fato isto existia e ainda existe. A identitade visual da empresa Camper, virou aos nossos olhos ainda naquela época, a Dimpus, Grifes estrangeiras eram registardas localmente clonando as características da empresa original como no caso que resultou na questão judicial entre a Converse, emprresa fabricante e detentora da marca ALL STAR, e a empresa brasileira ALL STAR. Naquela época, uma bilheteria para venda de ingressos em Nova Iorque poderia virar "inspiração" para a identidade de uma griffe local - tickt's (não tenho certeza da grafia). Toda esta prática era protegida pela distância espaço-temporal que nos separava dos grandes centros. Esta camuflagem não mais existe.

A prática do plágio não é uma exclusividade nossa. Empresas do mundo inteiro imitam, copiam, se valem da intangibilidade de certas questões para se "inspirarem" nos "top of mind". A revista alemã NOVUM, antiga GebrauchsGraphik, já publicava na década de 50 (a revista existe desde a década de 20, mas não sei se a coluna já existia), uma coluna sobre plágio. Sabemos pela história da arte que isto sempre foi presente. O que não justifica.

Me impressiona a repentina visibilidade de casos como este. Seja na triste e indiscutível falta de originalidade dos diretores de arte que se empenharam em reproduzir na abertura da novela Sete Pecados da Rede Globo um Hot site da IKEA, ou no plágio descarado no qual alguns estilistas nacionais foram flagrados em matéria publicada na revista Piauí, ou ainda no também indiscutível plágio do produto "do bem" que copiou desde a linguagem e discurso da marca innocent até mesmo sua embalagem, site e sabe-se lá o que mais.

http://www.innocentdrinks.co.uk/

http://www.dobem.com/

Gostaria que as instituições que se entitulam fruto da organização de profissionais, e que geralmente estão envolvidas em premiações e promoção de trabalhos "originais" estivessem sempre atentas a fatos como estes, inibindo, ou no mínimo não promovendo inconscientemente atitudes como estas. Está cada vez mais difícil lecionar neste país onde a falta de ética beira o caos. Como é também difiícil estimular o aluno e futuro profissional em uma pesquisa criativa, autônoma.

luciano tardin

luciano@tardincampos.com"

Wednesday, July 04, 2007

27ª questão - Qual o tamanho da "blogosfera"?

Saiu no Blue Bus dados sobre blogs:
Inglês (39%), japonês (31%) e chinês (12%) são os idiomas que predominam nos posts, segundo números de junho do novo relatório divulgado hoje pela Technorati. O português (com 2%) aparece logo depois do espanhol e do italiano.
A pesquisa atualiza os números sobre a blogosfera. O universo de blogs está agora 100 vezes maior do que há 3 anos e dobra a cada 200 dias (6 meses e meio). A Technorati monitora atualmente 50 milhões de blogs. Diz que 175 mil novos blogs surgem a cada dia - significa que, em média, são mais de 2 blogs criados a cada segundo. O volume de postagens diárias continua crescendo - são cerca de 1,6 milhao por dia, ou aproximadamente 18,6 posts por segundo.

Só o tempo que eu levei para publicar esse post, já foram criados mais de 360 blogs no mundo todo. É verdade que muitos deixam de ser atualizados em pouco tempo. Outros não tem muito a dizer. Mesmo assim, é impressionante a quantidade de conteúdo criado pelas pessoas. Eu por exemplo me mantenho informado sobre publicidade, planejamento e tendências apenas através de blogs. Isso nos leva a crer que em pouco tempo a atividade de blogueiro poderá ser considerada uma profissão.

No livro null, a badalada pesquisadora americana de tendências Faith Popcorn afirma que em 2015 mais da metade da população estará trabalhando em profissões que hoje não existem. Segundo ela, habitarão o mundo dos negócios, por exemplo, os "sussurradores", profissionais especializados em lidar com consumidores enraivecidos e cada vez menos tolerantes aos deslizes das empresas. Como o próprio nome sugere, há no livro de Faith uma dose de exercício de futurologia. A análise de muitos movimentos sociais e econômicos que estão acontecendo hoje, porém, já aponta de maneira mais tangível o surgimento de carreiras cuja valorização se intensificará nos próximos anos.

Thursday, June 28, 2007

26ª questão - Como ser um bom líder?

Enviei um e-mail para o pessoal da agência em que trabalho mas que gostaria de compartilhar com todos. Recentemente o dono da agência passou por uma situação muito difícil, perdendo a esposa que viveu junto dele durante 44 anos. Apesar disso, manteve sua força interior e atitude que nos serviram como exemplo. São pessoas assim, que fazem você realmente se sentir orgulhoso de trabalhar junto delas. Abaixo segue o e-mail:

"Ouvi ontem no rádio a história de como um presidente pode moldar a cultura de uma empresa. Não lembro bem o nome do executivo nem da companhia aérea, mas assim que assumiu o cargo de CEO apareceu uma viagem inesperada para fazer. Como não tinha reserva nem nada, o único lugar disponível era na classe econômica. A tripulação do avião quis trocá-lo de lugar, afinal era o presidente da empresa. Mas ele educadamente recusou. Disse que iria ficar ali mesmo, pois todos outros passageiros pagaram pela viagem. Quando as aeromoças levaram revistas e bebidas, novamente ele recusou. Pediu que servissem primeiro os outros antes dele. O exemplo que ficou para os funcionários da companhia foi bem claro. A partir dai, a missão da empresa tinha como objetivo focar no comprometimento e satisfação dos clientes. Mais do que apresentações ou discursos transmitindo os valores que devem ser seguidos, seu exemplo foi muito mais forte e eficiente.


Aqui na Pande todos sabem da difícil situação que a família do Seu Fernando está vivendo. Apesar disso, penso que também tivemos um forte exemplo que serve para nos inspirar em nossas ações do dia a dia. O Seu Fernando ligou todos os dias do hospital, perguntando sobre o andamento da empresa e além disso, viria ontem participar de uma reunião com cliente. Desculpem minha pretensão, mas o que vejo como lado bom disso tudo é que mais do que nunca, estamos reforçando os valores da Pande e que fazem uma empresa ter alma.

As lições que tirei com o exemplo do Seu Fernando são:
1) valorizar a família e ficar sempre do lado das pessoas que se ama e que te amam
2) estar realmente comprometido com a empresa, vejo isso mais do que apenas a busca de resultados ou crescimento da empresa, mas sim um sinal de respeito com todos que trabalham aqui
3) se preocupar com os clientes fazendo de tudo para atendê-los da melhor forma possível

Já escrevi demais e acho que consegui transmitir o que penso. Vou voltar ao trabalho pois como todos sabemos, é do couro que se faz a correia."

Monday, June 25, 2007

25ª questão - O que os estudantes não aprendem na escola?

Aqui estão alguns conselhos que Bill Gates recentemente ditou durante uma conferência em uma escola secundária sobre 11 coisas que estudantes não aprenderiam na escola. Ele fala sobre como a "política educacional de vida fácil para as crianças" tem criado uma geração sem conceito da realidade, e como esta política tem levado as pessoas a falharem em suas vidas posteriores à escola.
Muito conciso, todos esperavam que ele fosse fazer um discurso de uma hora ou mais. Ele falou por menos de 5 minutos, foi aplaudido por mais de 10 minutos sem parar, agradeceu e foi embora em seu helicóptero a jato ...

Regra 1
A vida não é fácil acostume-se com isso.

Regra 2
O mundo não está preocupado com a sua auto-estima.
O mundo espera que você faça alguma coisa útil por ele ANTES de sentir-se bem com você mesmo.

Regra 3
Você não ganhará R$ 20.000 por mês assim que sair da escola.
Você não será vice-presidente de uma empresa com carro e telefone à disposição, antes que você tenha conseguido comprar seu próprio carro e telefone.

Regra 4
Se você acha seu professor rude, espere até ter um Chefe.
Ele não terá pena de você.

Regra 5
Vender jornal velho ou trabalhar durante as férias não está abaixo da sua posição social.
Seus avós têm uma palavra diferente para isso: eles chamam de oportunidade.

Regra 6
Se você fracassar, não é culpa de seus pais.
Então não lamente seus erros, aprenda com eles.

Regra 7
Antes de você nascer, seus pais não eram tão críticos como agora.
Eles só ficaram assim por pagar as suas contas, lavar suas roupas e ouvir você dizer que eles são “ridículos".
Então antes de salvar o planeta para a próxima geração querendo consertar os erros da geração dos seus pais, tente limpar seu próprio quarto.

Regra 8
Sua escola pode ter eliminado a distinção entre vencedores e perdedores, mas a vida não é assim. Em algumas escolas você não repete mais de ano e tem quantas chances precisar até acertar. Isto não se parece com absolutamente NADA na vida real.
Se pisar na bola, está despedido, RUA !!!
Faça certo da primeira vez.

Regra 9
A vida não é dividida em semestres.
Você não terá sempre os verões livres e é pouco provável que outros empregados o ajudem a cumprir suas tarefas no fim de cada período.

Regra 10
Televisão NÃO é vida real.
Na vida real, as pessoas têm que deixar o barzinho ou a boate e ir trabalhar.

Regra 11
Seja legal com os CDFs (aqueles estudantes que os demais julgam que são uns babacas).
Existe uma grande probabilidade de você vir a trabalhar PARA um deles.

Saturday, June 23, 2007

24ª questão - Quanto vale seu trabalho?

Que tal postar seu trabalho e saber a avaliação de outras pessoas? Interessante não? Eu pelo menos achei. Por isso, resolvi fazer outro blog onde todo mundo possa dar notas e fazer comentários sobre os trabalhos postados. Iniciei com três projetos de agências conceituadas no segmento de design de embalagens. A intenção é fazer um panorama e avaliar o que está sendo feito de interessante no mercado. Para visitar e dar sua nota é só entrar em: http://designrate.blogspot.com

Tuesday, June 19, 2007

23ª questão - O que o Joost tem em comum com a época medieval?

O Joost é aquela TV via internet criada pelos fundadores do Skype e Kazaa. Serve para assistir vídeos em streaming assim como o YouTube. Sua diferença segundo a imprensa, é que o Joost é uma versão mais profissional, com a programação das grandes redes de TV americana. Durante algum tempo existiu uma versão BETA no ar, sendo restrito apenas para um grupo seleto de usuários. Para dar um ar de exclusividade, esses usuários possuíam poucos convites para distribuir entre seus amigos. Dessa forma, criou-se um círculo restrito e segmentado elevando o valor em acessar o Joost. Houve até casos de convites serem utilizados como premiação em alguns sites.

Durante a Era Medieval no período das grandes cortes, praticava-se o direito de nascença para fazer parte de determinados círculos sociais. O que contava era o seu título de nobreza, importando mais a família de onde você nasceu do que o dinheiro. Isso só veio a mudar com o enriquecimento da burguesia, que passou a comprar títulos e dessa forma frequentar e pertencer ao ambiente antes reservado apenas para os nobres.

O interessante nesses dois fatos é analisar a busca constante do ser humano em se distinguir, pertencendo a uma esfera social que dê e reforce sua identidade. Essa forma de distinção pode ser feita basicamente de 3 formas: financeira (quanto eu ganho), intelectual (o quanto eu sei) e social (quem são meus amigos). A utilização de recursos que controlem tanto a restrição quanto a exclusividade, sempre foi um fator fundamental para tornar algo mais valioso e desejado. Seja na época da Rainha Vitória, seja na época de Niklas Zennström e Janus Friis.

22ª questão - Estamos "abrasileirando" a internet?

Saiu no site do Valor Econômico a notícia de lançamento da versão do YouTube no Brasil:

//SÃO PAULO - O YouTube, site de distribuição de vídeos do Google, lançou hoje versões locais em nove países, o Brasil entre eles. O objetivo da empresa é adaptar completamente o site para cada país em que ele é utilizado. Com isso, o Google espera aumentar o tráfego de usuários e o faturamento com publicidade.

"Acreditamos que o YouTube localizado criará um bom ambiente para publicidade e para anunciantes, já que o conteúdo e os próprios anúncios poderão ser mais focados no interesse dos usuários", disse o executivo-chefe do YouTube e seu co-fundador, Chad Hurley. Segundo ele, um dos principais pontos dessas novas versões é acompanhar o que faz o Google, controlador do site, que sempre busca melhorar a relevância da publicidade que chega ao usuário.//

Atualmente as empresas buscam regionalizar e atender melhor os nichos de mercado. Parece que com a globalização houve um movimento inverso da pasteurização de conteúdo, cada vez mais existem ações de valorização das culturas locais e reforço de nossas identidades.

Friday, June 15, 2007

21ª questão - Como usar o design para beneficiar a sociedade?

Meu trabalho de conclusão da faculdade de Desenho Industrial, teve como tema a produção de uma revista de variedades priorizando o lado social. Naquela época eu era extremamente idealista, tendo como objetivo cumprir meu papel não só como designer, mas como cidadão. Queria utilizar meu trabalho de forma útil à sociedade e fazer minha parte em construir um país melhor para as futuras gerações.

Uma das minhas inspirações mais fortes foi a reedição em 2000 do manifesto "Things First Things", que foi inicialmente publicado em 1964. Este foi um documento que designers gráficos britânicos assinaram, repreendendo colegas por terem esquecido os antigos idealismos e perdido de vista as coisas que são realmente importantes.

Foi com esse espírito que iniciei a procurar pessoas no Brasil, que tivessem algum projeto semelhante ao da "The Big Issue" (ver post da 17ª questão). Acabei encontrando um grupo ainda em formação, com muitos sonhos e objetivos mas com uma escassez absoluta de recursos. Conheci pessoas maravilhosas e que até hoje lutam para tornar o Brasil um país mais justo e decente. Acompanhei durante dois anos esse projeto, desenvolvendo os primeiros projetos gráficos e identidade visual da revista. Com grande satisfação, pude ver esse sonho se transformar em realidade. Em julho de 2002 foi lançada a primeira edição da revista Ocas. Nessa época já não estava fazendo parte da equipe, mas não deixo de ter muito orgulho da minha contribuição com o projeto.

Apesar de estar nas ruas a mais de 5 anos e ter transformado positivamente a vida de vários moradores de rua, a revista ainda sobrevive da boa vontade dos voluntários e com recursos escassos. Venho aqui fazer um apelo para os designers que quiserem ajudar nessa causa, entrarem em contato comigo a fim de não deixar morrer esse projeto. A revista necessita de voluntários que possam cuidar da diagramação das matérias, tendo a intenção e responsabilidade de assumir o trabalho por um longo período.

Outras formas de ajuda também são válidas, como captação de patrocinadores ou anunciantes. Para saber mais do projeto basta acessar o site: www.ocas.org.br e tirar todas dúvidas a respeito. Agradeço a todos que tiverem interesse. Pensem sempre no poder que temos como designer para mudar o mundo. Pode ser utópico e sonhador, mas sem sonhos, que graça a vida tem?

Thursday, June 14, 2007

20ª questão - Você acha que é mais pobre de tempo ou de dinheiro?

Essa foi uma das perguntas feitas por Paco Underhill em sua palestra realizada ontem na ESPM. Após alguns instantes deixando a platéia pensar sobre o assunto, ele mesmo deu a resposta: tempo. Acredito que assim como eu, a grande maioria dos presentes também pensou na mesma resposta.

Para quem não conhece, Paco Underhill é um dos mais respeitados consultores da área de varejo. Geralmente é intitulado como geógrafo urbano e antropólogo do varejo, sendo considerado o fundador da ciência de compras. Está de visita no Brasil, onde possui uma filial de sua empresa Envirosell e presta
consultoria para grandes redes de varejo como o Pão de Açúcar.

Sua palestra teve um tom bastante questionador com frequentes perguntas como: Com quem você está comunicando? Quem está olhando para onde? E para onde ele enxerga? O que faz uma mulher entrar em uma loja? O que é global e o que é local?

Apresentou diversas tendências de consumo, muitas delas podem ser vistas com detalhes no site Trendwatching, dando um panorama global sobre novos padrões de comportamento e consumo. Um de seus ensinamentos foi de sempre procurar refletir os hábitos de nossos consumidores. Duas mudanças me chamaram a atenção, uma é a queda do uso de carrinhos de supermercados. A outra é que 10% a 15% das pessoas saem dos supermercados sem comprar nada. Isso acontece porque não encontraram algum item essencial de sua lista de compras. Preferem sair sem nada e comprar toda sua lista onde possam encontrar todos produtos que necessitam.

O Japão possui um lugar de destaque nesse cenário. O que não falta são exemplos inovadores: lojas em Harajuku, onde roupas usadas disputam o gosto dos adolescente com marcas como a Diesel;
a Three Minutes Happiness com o conceito de vender apenas amostras de produtos e a Ranking Ranqueen que já filtra os itens mais vendidos de algumas categorias, facilitando a vida dos consumidores.

Um dos melhores momentos, foi uma analogia com vitrines que serve
quando um cliente nos pede para colocar mais elementos no layout ou aumentar o logo. "Os lojistas finalmente começaram a perceber que se dois letreiros é bom, não quer dizer que vinte e sete terão melhor resultado. Em outras palavras, bastam duas aspirinas para curar uma dor de cabeça. Vinte e sete não te transformarão no Homem-Aranha. A resposta é trabalhar com menos vitrines e melhor exposição."

Espero que esse post tenha trazido alguma informação útil e relevante para quem leu. Afinal, se aqui eu não falo como ganhar dinheiro, pelo menos espero conseguir tornar mais rico o tempo de vocês.

19ª questão - Você sabia que fazemos kula o tempo todo?

Quer dizer, não fazemos kula no sentido exato do termo. Mas de certa forma estamos fazendo uma espécie de kula quando consumimos algo.

O kula é um sistema intertribal de trocas praticado na Melanésia e existente ainda hoje, envolvendo transações locais em todo o arquipélago. Colares e braceletes de conchas são oferecidos com um certo intervalo de tempo, percorrendo depois um mesmo circuito fechado, mas em sentido inverso. Após certo período, os objetos recebidos são repostos em circulação; seu valor reside na continuidade da transmissão. A posse provisória fornece prestígio e renome.

Estudando outras culturas percebemos que não é apenas na nossa sociedade que os produtos servem para distinguir uma pessoa da outra. Sempre existe uma dimensão simbólica por trás de atos aparentemente funcionais. Esta dimensão orienta a troca, que é também uma forma de consumo. O importante é analisar o que chamamos de consumo nos dias de hoje como troca simbólica.

Uma das ferramentas mais importantes para essa análise, é a antropologia voltada para o estudo do consumo. Esta disciplina enxerga o consumo como um processo, estudando suas relações sociais frente um produto (compra e uso). Virei um grande fã dessa forma de se olhar para o consumo, pois estuda-se os seus aspectos mais profundos e simbólicos. Deixamos de lado as análises superficiais e entramos a fundo nas reais motivações e desejos das pessoas.

Sem dúvida para quem trabalha com comunicação e marketing, torna-se fundamental conhecer mais sobre esse assunto. A cada dia surgem notícias sobre novos paradigmas, novas formas de se comunicar com os consumidores, necessidade de reinventar os modelos de negócios, etc...No fundo, será que as pessoas mudaram tanto assim? Ainda não somos movidos pelas mesmas motivações de nossos pais e avós? Talvez por trás de atos "modernos" como escrever um blog, participar de comunidades virtuais, publicar um fotolog, as razões que nos movem são coisas que os seres humanos buscam a muito tempo: reconhecimento, vaidade e necessidade de divulgar suas idéias. O que mudou hoje em dia foi a forma e o acesso, afinal expor o que pensamos ao mundo tornou-se extremamente democrático.

Tuesday, June 12, 2007

18ª questão - Como fazer apresentações eficazes?

Hoje devo ter feito uma das piores apresentações da minha carreira. Poucas vezes tive um feedback tão negativo de um trabalho. Tudo começou quando um cliente nos procurou solicitando um projeto de internet. Seu principal objetivo era receber propostas e sugestões de melhorias para o site.

Trabalho com internet desde 2000, iniciando nessa área na antiga agência de publicidade Lowe Lintas, atual Borghehr/Lowe. Com o passar do tempo, mudei algumas vezes de agência sempre em busca de melhores oportunidades, passando pela DM9, Agência Click, Pop Com (ex-agência de internet da W/Brasil) até que resolvi entrar de sociedade em uma agência de internet.
Nessa agência cheguei a fazer duas propostas de internet para a FIAT através da Leo Burnett. O detalhe é que foram concorrências internacionais para o lançamento de dois carros da FIAT italiana. Apesar de não ganharmos, nossa proposta foi muito elogiada, principalmente pelo pensamento estratégico e criatividade na integração de mídias.

Achei importante fazer esse parênteses, para contextualizar o desastre da apresentação de hoje. Com essa experiência e bagagem adquirida durante minha carreira, comecei a planejar e montar o escopo da proposta. Segui todos passos para um projeto de internet, fazendo o diagnóstico, análise, diretrizes, mapa do site, estudo das ferramentas, funcionalidades, etc...
Além do que foi pedido no briefing, ainda apresentamos como pró-atividade a estratégia de divulgação, formas de mensurar os resultados do site e um estudo sobre os motivos de se investir numa comunidade online.

Tudo bem estruturado, embasado tecnicamente e com o discurso na ponta da língua. Uma apresentação dessas só poderia ser um sucesso com o cliente, certo? Bem, nem sempre as coisas acontecem como esperamos. Às vezes se concentrar nos detalhes e foco no que realmente interessa para o cliente, vale muito mais do que um projeto "diferenciado e moderno". Praticamente toda apresentação foi influenciada por uma falta de atenção que cometemos. O problema é que esse ponto específico foi constantemente levantada na reunião de briefing. Apesar disso, acabamos tratando superficialmente um ponto fundamental. O lado bom, já que não adianta ficar se lamentando é que pelo menos tive uma grande lição e ainda rendeu assunto para um post.

Respondendo a questão do título, acredito que mesmo se tivesse sido eficiente em todos pontos da apresentação, não era isso que iria salvá-la. Eu não deveria ter me preocupado tanto em fazer tudo certo e sim em ser eficaz. Ou seja, fazer a COISA certa.

Sunday, June 10, 2007

17ª questão - Quais as visões sobre o consumo?

Basicamente esse tema é tratado de duas formas. Uma vertente é essa associação negativa representada pelos seguintes pontos:
- perda da autenticidade nas relações sociais
- materialismo
- superficialidade
- ostentação

O consumo é tratado sob o aspecto da crítica social e moralidade, sendo algo fútil e superficial, Representando o mundo falso e inconseqüente. Uma fábula que ilustra bem isso é aquela velha história da cigarra que canta, gasta e consume, enquanto a formiga trabalha duro, poupa e produz. É uma verdadeira ode e elogio a produção. A produção é o sacrifício que nos engrandece enquanto o consumo é o prazer que nos condena.

Até por isso, fala-se muito em consumo consciente, consumo responsável, consumo através de uma causa social. Esse acaba sendo o outro pólo da visão do consumo. Sua visão positiva é sempre associada a consumir algo por uma causa nobre ou ato de cidadania. Exemplos não faltam, sendo um de seus representantes mais significativos a revista "The Big Issue".


Esta é uma causa nobre e que merece todo nosso respeito e apoio. A The Big Issue faz parte de uma ONG inglesa criada em 1991 que tem como principal objetivo, reintegrar os moradores de rua na sociedade, oferecendo a oportunidade de uma renda sustentável. Serve também como canal de comunicação e representação desse público.

Trata de diversos temas possuindo uma circulação semanal e um de seus objetivo é fazer as pessoas comprarem pelo conteúdo editorial e não apenas para ajudar os moradores de rua. Possui áreas bem interessantes, como o diário de um vendedor descrevendo seu dia-a-dia. Inclusive tive o prazer e oportunidade de participar, desenvolvendo os primeiros projetos gráficos de um projeto similar no Brasil. É uma revista com os mesmos objetivos da Big Issue chamada Ocas. Mais para frente, vou fazer um post comentando um pouco sobre esse projeto e minha experiência durante dois anos acompanhando o projeto da revista Ocas.

16ª questão - Quais palavras nós associamos geralmente a consumo?

Será que são mais ou menos essas?

dinheiro/materialismo/luxo/supérfluo/hedonismo/loja/ shopping/consumidor/individualismo/glamour/sustentabilidade/ superficial/status/mercado/globalização/alienação

Pesquisando no Youtube, entendemos porque o consumo tem essa conotação de certa forma pejorativa. Fazendo uma busca rápida sobre o tema, encontramos uma série de vídeos com críticas sociais. Tenho alguns deles na minha lista de vídeos.

Vendo eles e principalmente o vídeo abaixo da campanha "Buy nothing day", percebemos como o consumo é uma parte integrante de nossas vidas. Está presente em praticamente todos níveis de nossa sobrevivência. Atua não apenas nos aspectos funcionais, mas principalmente pelas demandas simbólicas que temos necessidade.

Criticá-lo e falar mal sobre seus aspectos tornou-se politicamente correto. Durante muito tempo foi tratado de forma preconceituosa no meio acadêmico, sendo considerado um assunto "não importante". Ele se tornou um dos vilões da desigualdade social e mazelas da sociedade.

15ª questão - Qual nossa percepção sobre consumo?

O comercial abaixo faz parte da campanha "Buy Nothing Day" da ONG canadense Adbusters. Eles se definem como uma rede global de artistas, ativistas, escritores, estudantes, educadores e empresários que querem avançar em um novo movimento de ativismo social na era da informação. Interessante assistir o vídeo e perceber o quanto o consumo faz parte de nossas vidas.

Saturday, June 09, 2007

14ª questão - Quais os 10 mandamentos do Emotional Branding?


Falando em embalagens, recentemente li um livro que trata em um de seus capítulos sobre esse tema. Trata-se do livro Emotional Branding escrito por Marc Gobé, sendo um grande sucesso na área de design e marketing.
Através do livro, ele detalha e defende a importância de seus 10 mandamentos para o Emotional Branding:

1. from consumers to people
Consumers buy, people live.
2. from product to experience
Products fulfill needs, experiences fulfill desires.
3. from honesty to trust
Honesty is expected. Trust is engaging and intimate.
4. from quality to preference
Quality for the right price is a given today. Preference creates the sale.
5. from notoriety to aspiration
Being known does not mean that you are also loved!
6. from identity to personality
Identity is recognition. Personality is about character and charisma.
7. from function to feel
The functionality of a product is about practical or superficial qualities only.
Sensorial design is about experiences.
8. from ubiquity to presence
Ubiquity is seen. Emotional presence is felt.
9. from communication to dialogue
Communication is telling. Dialogue is sharing.
10. from service to relationship
Service is selling. Relationship is acknowledgment

Esses 10 itens resumem bem o conteúdo do livro. Sem dúvida são mudanças de paradigmas que nos fazem pensar como trabalhar daqui para frente com as marcas. O poeta e autor norte-americano Shel Silverstein criou um termo para descrever épocas como essa que vivemos: tesarac.
O período de um tesarac é aquele no qual as ocorrências antigas estão mortas ou morrendo e não se pode antever facilmente o que acontecerá em seguida. Estamos vivenciando várias transformações culturais, sociais, comportamentais e tendo de saber como lidar com todas essas mudanças. Sem dúvida, trabalhar com design nesses tempos
é uma tarefa fascinante...

13ª questão - Qual a importância das embalagens?


Sou suspeito para falar, ainda mais que vivencio esse universo bem de perto há 2 anos. Como antes trabalhava com publicidade e internet, não tinha noção das peculiaridades desse mercado. Só agora conheci a importância do design de embalagem na construção de uma marca.
Antigamente não gostava de fazer compras no supermercado, assim nunca tive interesse nem disposição em pesquisar mais sobre o assunto. Ironia do destino, hoje em dia, vou ao supermercado a trabalho. Fotografar gôndolas as escondidas e pesquisar sobre o movimento dos concorrentes.
Esse assunto é tão apaixonante que quando começa-se a pesquisar a respeito, é difícil de parar. Saiu um post muito bom sobre embalagens no site The Cool Hunter. O início já diz tudo: "
Packaging has power — enormous power — over what we buy."


Wednesday, May 23, 2007

12ª questão - Como vender design para os clientes?

Acredito ser essa uma questão bem complexa, pois vendemos um serviço sofisticado e que muitas vezes os clientes não possuem repertório nem bagagem para entender sua importância.
Hoje em dia competimos com agências de publicidade, agências de promoção, consultorias de branding, micreiros e departamentos de design interno das empresa. Dessa forma, vemos que existe uma série de concorrentes substitutos aos nossos serviços. Fora isso ainda temos os produtos substitutos indiretos, onde os clientes podem optar por exemplo em utilizar o budget para fazer uma embalagem ou um anúncio de publicidade.

Penso que devemos sempre lembrar os princípios de marketing do Peter Drucker, analisando o que realmente estamos vendendo de valor:

1. O que as pessoas nas empresas imaginam conhecer sobre o cliente e o mercado é mais provável estar errado do que certo;

2. O que um cliente compra raramente é o que uma empresa pensa estar lhe vendendo;

3. E, por decorrência, os produtos e serviços que a empresa define como concorrentes não o são necessariamente;

4. Aquilo que a empresa imagina ser o aspecto mais importante de um produto, via de regra, não tem o menor significado para o cliente;

Tuesday, April 10, 2007

11ª questão - Como o Walkman pode explicar a diferença entre as culturas ocidentais e orientais?

Além de todos fatores do post anterior que tornaram o Walkman um sucesso econômico, também não podemos esquecer do impacto que esse produto conseguiu como fenômeno cultural. Ele inaugurou uma nova era de aparelhos eletrônicos voltados para satisfazer uma única pessoa.

O curioso é como essa conquista individual foi interpretado em cada cultura. Pesquisando sobre a etimologia de oriente e ocidente, já percebemos a oposição entre elas.
A palavra oriente vem do latim oriens, ‘o sol nascente’, de orior, orire, ‘surgir, tornar-se visível’, palavra da qual nos vem também ‘origem’. A palavra ocidente nos vem do latim occidens, ‘o sol poente’, de occ-cidere, de op, ‘embaixo etc’, e cadere, ‘cair’.

A bem grosso modo, podemos dizer que as duas culturas possuem formas opostas de pensar e estabelecer relações. A cultura ocidental valoriza o indivíduo, destacando seus méritos e desenvolvimento pessoal. Já dentro da cultura oriental, existe uma valorização muito grande do coletivo. O indivíduo é parte de um sistema maior que privilegia o bem em comum.

Dentro desse contexto, a interpretação do Walkman dentro das duas culturas foi totalmente diferente. Na cultura ocidental, o Walkman foi encarado como símbolo do individualismo. Através dele, era possível escolher a música que se quisesse sem precisar dividir com ninguém esse prazer. Já dentro da cultura oriental, a forma de pensar foi inversa. O Walkman servia para escutar música sem precisar incomodar os outros. Dessa forma a questão do prazer individual, vinha depois da aprovação coletiva.

Se um é melhor que o outro é difícil de dizer. Cada um tem seus prós e contras. No Japão muitas vezes me senti meio sufocado pela valorização do coletivo. Assim como da mesma forma, aqui no Brasil também já senti falta das pessoas pensarem mais no bem em comum. No fim das contas, o que vale mesmo é
poder ouvir nossas músicas bregas favoritas sem ninguém saber. Seja aqui ou no Japão.

Thursday, April 05, 2007

10ª questão - O que o sakê tem a ver com invenção do Walkman?

A revista PC World resolveu em 2005, escolher os 50 gadgets que mais marcaram nossas vidas e a história da eletrónica nas últimas cinco décadas. O primeiro lugar da lista é o Walkman inventado em 1979 pela Sony, ficando na frente do Ipod que ficou com a segunda posição. Pesquisando sobre a história desse produto, podemos observar que seu sucesso deveu-se principalmente a visão de Akio Morita. Seu destino quando nasceu estava predeterminado para ser o herdeiro do negócio de sakê da família. Apesar disso, seu gosto pela música clássica ocidental e interesse pelas revistas de eletrônica acabaram por levá-lo a trilhar seu próprio caminho. Com muita determinação e coragem tornou-se um dos empresários mais importantes de nossa época.

Já em 1979 utilizou inovadoras formas de gestão e de marketing, que atualmente estão sendo bastante comentadas e discutidas. Devido ao orçamento de marketing reduzido, a campanha de lançamento do walkman se baseou em ações de relações públicas. Foram oferecidos aparelhos às principais celebridades da música, arte e desporto locais. As informações para a imprensa foram difundidas em cassetes, em vez de papel, e foram desenvolvidas ações de promoção nos principais parques de Tóquio. A originalidade das diversas iniciativas levadas a cabo conseguiu, de fato, conquistar a imprensa local e proporcionou à Sony uma extraordinária cobertura jornalística. Um verdadeiro case de marketing com ações de guerrilha, propaganda viral, PR Stunt, Buzz marketing, enfim todos esses termos criados hoje em dia para definir o que antes, era simplesmente propaganda feita com baixo custo mas de alto impacto para o público-alvo.

Apesar disso, no primeiro mês de vendas não foi vendido um único Walkman. Precisou-se esperar 3 meses para que as vendas explodissem e a produção inicial de 30 mil unidades desaparecem das lojas. A análise do insucesso inicial do walkman permitiu concluir que o segmento-alvo escolhido não era o mais correto. Quem estava a adquirir os walkman não eram os jovens, para quem toda a comunicação tinha sido dirigida, mas sim os yuppies (young urban professional - profissional jovem urbano). Perante esta constatação, Akio Morita optou por reposicionar rapidamente a publicidade do walkman para os yuppies, na esperança de atingir, por arrastamento, a generalidade dos jovens.

O fenômeno de vendas do walkman rapidamente chamou a atenção da concorrência, que começou a fazer aparelhos idênticos ao inovador produto da Sony. Em resposta, a empresa lançou o walkman ii, um aparelho ainda mais sofisticado cujo tamanho era de tal modo reduzido, que apenas ultrapassava ligeiramente as dimensões de um cassete. Foram também efetuadas melhorias no sistema de som, no design dos fones de ouvido e na duração das pilhas, preservando desta forma a liderança tecnológica no setor. A completa renovação do produto no breve espaço de um ano revelou a grande visão comercial de Morita, que rapidamente tornou obsoleta as ofertas da concorrência.

Tem-se ai outro conceito muito comentado hoje em dia: "O oceano azul".
Este representa todo setor que ainda não nasceu — o espaço de mercado desconhecido, ainda não maculado pela concorrência. Nele, a demanda é criada e não disputada. A Sony através da visão de seu fundador, tornou a concorrência irrelevante e criou um novo nicho de mercado.

Então qual a lição que podemos tirar disso? Para mim é a seguinte. Nem mesmo a bebida dos deuses tem um sabor tão especial quanto seguir seu próprio caminho. Campai.