Thursday, December 13, 2007

49ª questão - Design é democrático?

Ontem tive a oportunidade de ir na apresentação dos trabalhos desenvolvidos no curso de embalagens da ESPM, ministrada pelo professor Fábio Mestriner. Fiquei surpreso com os trabalhos apresentados, principalmente pelas soluções que cada grupo desenvolveu. Foi extremamente rico verificar as diferentes propostas para um mesmo briefing. Todos os grupos mostraram interpretações diferentes para a solução de um mesmo problema.

A questão não foi discutir se as propostas eram certas ou erradas, mas sim analisar os diferentes pontos de vista. O importante foi fazer a "lição de casa". ou seja, ir no campo fazer pesquisa, analisar as oportunidades, prestar atenção nos detalhes que compõem uma embalagem, além de cuidar das aplicações de forma, cor e imagem. Uma mensagem essencial transmitida, foi de que o designer deve escolher um caminho e ir nele até o final. Isso gera mais segurança, consequentemente transmitindo aos clientes uma convicção maior na apresentação de qualquer trabalho. O próprio diretor de marketing da Xerox, que também estava presente disse: "A agência tem que me trazer a solução que ela acredita, não inúmeras para eu ter que escolher."

O cliente não tem obrigação de aprovar o projeto. Mas nós como designers, temos a obrigação de apresentar sempre a melhor solução possível para o negócio de nossos clientes. Por isso deve-se seguir uma metodologia consistente, onde seja possível ter parâmetros claros para medir a qualidade de um projeto. Esse processo com certeza foi transmitido no curso, resultando em propostas bem embasasdas e inovadoras dentro da categoria estudada.

Mais do que todo o conhecimento e serviços prestados para o design de embalagem, minha admiração pelo Fábio Mestriner baseia-se em outro aspecto. Acho inspirador o seu respeito com as pessoas, clientes e profissão que escolheu seguir. Com certeza sua contribuição para o desenvolvimento da área de embalagens é digna de aplausos.

Para finalizar, gostei de três definições do Fábio que ouvi ontem:

1) Design não é criação. Design é metodologia, projeto.
2) Design não é democrático.
3) A história é resultado dos atos humanos, não de intenções.

Essas definições podem gerar polêmicas com algumas pessoas que conheço. Mas como já disse, existem diferentes pontos de vista. O que eu acredito é: seguir uma metodologia, ter consistência para defender o que se acredita e não dar desculpas por não ter feito o melhor trabalho possível.

Tuesday, December 11, 2007

48ª questão - Quanto vale um elogio?

Algumas pessoas trabalham por dinheiro. Outras por poder. No meu caso, devo confessar que trabalho por vaidade. Meu maior prêmio é ser reconhecido pelo meu conhecimento e inteligência. Adoro ser elogiado pelos trabalhos que faço. Lógico que isso não deve ser um privilégio meu, afinal conheço várias pessoas que também são extremamente vaidosas pelas obra-primas que oferecem ao mundo.

O motivo de escrever sobre isso, foi o comentário que recebi do meu professor do curso de pós-graduação. Tinhamos de fazer um artigo sobre o segmento de pessoas entre 40 e 49 anos. Nesse artigo fizemos uma análise sobre as motivações, tendências de consumo, características de comportamento, além de outras informações relevantes.

Para minha surpresa tirei uma nota muito boa. Apesar de ter me esforçado bastante para entregar o melhor trabalho que pudesse fazer, o resultado final superou minhas expectativas. Recebi uma avaliação extremamente positiva, lendo várias vezes o e-mail dele para massagear meu ego. Não tenho a intenção de escrever um
post piegas, falando sobre o valor do esforço e sacrifício em prol de uma recompensa futura que fará tudo valer a pena.

Mas o fato é que um elogio pode valer madrugadas em claro, finais de semana estudando, além da cara feia dos amigos por ficar dentro de casa isolado e sem atender o celular. Nesse caso, pelo menos para mim ser reconhecido não teve preço. Os bens emblemáticos que eu valorizo, situam-se muito mais na área do conhecimento e cultura do que propriamente nos bens materiais. Interessante observar como tanto um quanto outro podem servir para demarcar posições de status e hierarquia.

Só para finalizar, quem quiser deixar comentários elogiando meus posts ficarei muito grato. Lógico que existe o risco de me tornar cada vez mais insuportável. Porém, prometo pagar cada elogio, escrevendo coisas muito mais interesantes do que me auto-promover.