Monday, February 25, 2008

61ª questão - O que você faz enquanto espera o seu Hot Pocket ficar pronto?

Essa ação já tem um tempinho, mas mostra bem o que acontece quando as empresas oferecem aos consumidores o poder de gerar conteúdo. A Sadia fez um hotsite que perguntava as pessoas o que elas fazem enquanto esperam o Hot Pocket ficar pronto. Muito interessante a idéia sendo um bom exemplo de propaganda 2.0 na web. Só não contavam com um vídeo como esse:

Wednesday, February 06, 2008

60ª questão - Quais as tendências em hábitos alimentares?

Há um tempo atrás, participei de um simpósio sobre hábitos alimentares na ESPM. Para aqueles que, assim como eu, trabalham com design desenvolvendo marcas e embalagens para as indústrias alimentícias, vale a pena dar uma lida.

Pesquisa hábitos alimentares


Frase para se pensar: O consumo de alimentos é diferente de carros e roupas, porque o consumo atual não preescreve o consumo posterior.

Tendências gerais:

- Maior liberdade individual: dieta individualizada e baseada no gosto individual
- Crescente diferenciação de estilos de vida
- Consumidores passivos/ massa (consomem o que é oferecido)
- Fortalecimento de outras divisões sociais (étnico, religioso, etário, etc...)

Tendências contemporâneas ocidentais

- Diminuição dos contrastes entre os grupos sociais e aumento da variedade
- Individualização: tanto escolha como ingestão
- Ênfase em alimentação "tradicional" e étnica, participação em uma "imagined community"
- Estilização da alimentação - forma de pertencimento a determinados grupos: valorização da gastronomia, do gosto e do saber culinário
- Informalidade: não só no aspecto das refeições, menos hierarquia, menos ritualização - maior aceitação das experiências gastronômicas e diferentes ideologias alimentares

Percepções preliminares

- Acentuada homogeneidade no cardápio para todos os grupos sociais nas principais refeições (inclusive regionalmente - ex: arroz com feijão)
- Surpreendente presença masculina na cozinha - inclusive nas classes C/D/E por prazer de cozinhar
- Conhecimento em todos os níveis sociais do que seja uma alimentação saudável/ lêem rótulos
- Conhecimento do que é light e diet
- Valorização do comer junto
- Presença da televisão no momento da refeição
- Jovens apresentando uma maior individualização do gosto e hábitos alimentares

Tuesday, February 05, 2008

59ª questão - Quais os melhores comerciais do Super Bowl?

Ainda falando sobre o Super Bowl, aproveito para colocar uma das dezenas de vídeos que brotam no You Tube com a lista dos melhores comerciais.



Não sou um expert em futebol americano e nem considero um dos meus esportes favoritos, mas devo confessar que o jogo desse ano foi espetacular. De um lado o time dos sonhos, invicto na temporada, buscando entrar na história como a melhor campanha de todos os tempos, além de ter vencido 4 Super Bowls nos últimos 7 anos. Do outro, um time desacreditado que tinha conquistado seu último título na temporada 90/91. Para complicar ainda mais, faltando menos de 1 minuto para o final do jogo, estava perdendo por 14 a 10.

O final dessa história todos já conhecem. O Giants conseguiu virar o jogo faltando 39 segundos em uma jogada espetacular. Esse vídeo feito por um torcedor da arquibanda dá um noção do que foi isso.

58ª questão - O que fazer com US$ 5 milhões?


Ann Mukherjee, vice-presidente de marketing da Frito-Lay, utilizou esse valor por 60 segundos no intervalo do Super Bowl.


Saiu no Wall Street Journal: "O vídeo faz parte de uma estratégia ousada - mas arriscada - da PepsiCo para revitalizar a marca entre as pessoas da geração YouTube e MySpace. Depois de grandes quedas das vendas no começo da década, a Frito-Lay, divisão de salgadinhos da Pepsi, está tentando reacender o interesse em seus salgadinhos Doritos, que já têm 42 anos, voltando seu marketing tanto quanto possível para as vozes irreverentes que atraem consumidores com metade da idade da marca. Para fazer isso, a Pepsi projetou cuidadosamente nos últimos dois anos uma campanha de marketing aparentemente ousada, planejada em todos os aspectos para parecer o menos planejada possível.

A PepsiCo está esperando uma grande reação no domingo. No intervalo do Super Bowl, a final do campeonato de futebol americano, a empresa vai veicular - a um custo de mais de US$ 5 milhões - um videoclipe de 60 segundos com o artista ou grupo amador que for escolhido pelos consumidores numa votação online. Nenhuma das músicas menciona o Doritos, mas o nome e a marca Doritos serão incluídos num texto que acompanha o vídeo. O Super Bowl conta com a maior audiência da TV americana.

Mas há uma linha muito tênue entre levar as vozes de um bando de desconhecidos da nova geração para uma campanha de marketing e afrouxar verdadeiramente a imagem do segundo salgadinho mais vendido da PepsiCo. Dar espaço para veiculação no Super Bowl a uma música que não é sobre o Doritos pode muito bem não dar resultado nenhum em termos de vendas. E se os consumidores jovens, notoriamente arredios, concluírem que os marqueteiros do Doritos estão na verdade tentando manipulá-los, isso pode fazer toda a campanha resultar num tiro pela culatra.
"

Sunday, February 03, 2008

57ª questão - O que o carnaval tem a ver com shampoos?

Particularmente nunca gostei muito de carnaval. Sem dúvida um pouco por preconceito, um pouco para manter a postura blasé de desprezo pela cultura popular. Sempre me perguntei qual a contribuição de uma festa com mulheres seminuas por toda parte rebolando em saltos plataforma. Não consigo até hoje distinguir a diferença dos sambas enredo de cada escola. Todos elementos como ritmo, cadência, percurssão, etc...parecem sempre muito iguais.

Não quero fazer um post questionando o carnaval. Acho que ele contém diversos itens importantes da formação do caráter e personalidade do brasileiro. O ponto que eu quero abordar é retomar o post sobre posicionar uma marca de shampoo. Assisti hoje ao desfile de uma escola de samba, em que o tema é justamente sobre cabelos:

Reportagem da Folha Online: "Mostrar que o cabelo não se resume apenas a um adorno ou estética e possui importância histórica e até ritualística é a proposta da Camisa Verde e Branco.

O abre-alas aborda a mitologia em torno do cabelo e conta com personagens como Medusa --que tinha serpentes no lugar dos cabelos e petrificava quem a olhasse--, o personagem bíblico Sansão --cuja força estava no cabelo-- e também o homem das cavernas. "O homem da pré-história arrastava a mulher pelos cabelos para fazer amor com ela", diz o carnavalesco.

Siqueira afirma que os cabelos também delimitavam classes sociais, como no caso de Grécia e Roma, representadas em uma das alas. Quanto mais longo os cabelos, mais poder o seu detentor tinha sobre os demais.

O segundo setor da escola mostrará a relação das religiões com os cabelos. Entre elas estão a hindu, católica, protestante e africana. No caso da católica, será feita a encenação de um fiel que corta os seus cabelos em sinal de pagamento de uma promessa."

Todas essas mudanças de significado dos cabelos, foi apresentada de forma lúdica e com extremo impacto visual. Isso me fez descobrir um novo olhar para o carnaval. Comecei a pensar se as apresentações de conceituação também não podem ser mais criativas. Estou chegando a conclusão de que um dia, ainda vão me ver desfilando ao lado de mulheres seminuas. Pelo menos, tenho a desculpa de dizer que estou em busca de inspiração e referências para meu trabalho.

Saturday, February 02, 2008

56ª questão - Quantos tipos de pão sueco existem em um supermercado?


Imagine uma empresa que disponibilize escolher entre 67 espécies de chá, 38 espécies de café e 29 espécies de chocolate entre outros 200 mil itens. Essa mesma empresa utiliza técnicas de marketing viral, incentivando seus clientes a divulgarem através do boca-a-boca sua marca e produtos. Para manter um estoque tão grande de mercadorias, utiliza uma rede de depósitos virtuais que despacha os produtos diretamente de suas fábricas para os clientes.

O mais espantoso de tudo, é que não estamos referindo-se a nenhuma empresa da era pós-internet. Não trata-se da Amazon, iTunes e muito menos o ebay. Estamos falando da Sears que em 1897, já oferecia toda essa variedade e quantidade de produtos para os americanos das zonas rurais. Através de seus catálogos era possível comprar de tudo. Desde frutas enlatadas e cristalizadas até mesmo armas, como por exemplo um revólver de 38 cents.

O motivo de estar escrevendo sobre isso, é que fui no supermercado e encontrei 17 tipos de pão sueco para escolher. Pensei estar diante de um dos pilares da economia que vivemos hoje. Afinal imaginei que nunca na história tivemos tanta opção de escolha e variedade. Por isso minha surpresa em descobrir que a mais de 100 anos atrás, já existiam empresas que disponibilizavam escolher entre diversos itens e receber todos eles no conforto do lar.

Percebi que muito mais do que a variedade de escolha, os pilares da nova economia são baseados em três pontos:
- democratização da produção
- democratização da distribuição
- ligação da oferta e demanda

Como disse Chris Anderson em seu livro "Cauda Longa": " No futuro, a questão não será se a multiplicidade de escolhas é melhor, mas sim o que realmente queremos. Nos corredores infinitos, tudo é possível."