Thursday, June 28, 2007

26ª questão - Como ser um bom líder?

Enviei um e-mail para o pessoal da agência em que trabalho mas que gostaria de compartilhar com todos. Recentemente o dono da agência passou por uma situação muito difícil, perdendo a esposa que viveu junto dele durante 44 anos. Apesar disso, manteve sua força interior e atitude que nos serviram como exemplo. São pessoas assim, que fazem você realmente se sentir orgulhoso de trabalhar junto delas. Abaixo segue o e-mail:

"Ouvi ontem no rádio a história de como um presidente pode moldar a cultura de uma empresa. Não lembro bem o nome do executivo nem da companhia aérea, mas assim que assumiu o cargo de CEO apareceu uma viagem inesperada para fazer. Como não tinha reserva nem nada, o único lugar disponível era na classe econômica. A tripulação do avião quis trocá-lo de lugar, afinal era o presidente da empresa. Mas ele educadamente recusou. Disse que iria ficar ali mesmo, pois todos outros passageiros pagaram pela viagem. Quando as aeromoças levaram revistas e bebidas, novamente ele recusou. Pediu que servissem primeiro os outros antes dele. O exemplo que ficou para os funcionários da companhia foi bem claro. A partir dai, a missão da empresa tinha como objetivo focar no comprometimento e satisfação dos clientes. Mais do que apresentações ou discursos transmitindo os valores que devem ser seguidos, seu exemplo foi muito mais forte e eficiente.


Aqui na Pande todos sabem da difícil situação que a família do Seu Fernando está vivendo. Apesar disso, penso que também tivemos um forte exemplo que serve para nos inspirar em nossas ações do dia a dia. O Seu Fernando ligou todos os dias do hospital, perguntando sobre o andamento da empresa e além disso, viria ontem participar de uma reunião com cliente. Desculpem minha pretensão, mas o que vejo como lado bom disso tudo é que mais do que nunca, estamos reforçando os valores da Pande e que fazem uma empresa ter alma.

As lições que tirei com o exemplo do Seu Fernando são:
1) valorizar a família e ficar sempre do lado das pessoas que se ama e que te amam
2) estar realmente comprometido com a empresa, vejo isso mais do que apenas a busca de resultados ou crescimento da empresa, mas sim um sinal de respeito com todos que trabalham aqui
3) se preocupar com os clientes fazendo de tudo para atendê-los da melhor forma possível

Já escrevi demais e acho que consegui transmitir o que penso. Vou voltar ao trabalho pois como todos sabemos, é do couro que se faz a correia."

Monday, June 25, 2007

25ª questão - O que os estudantes não aprendem na escola?

Aqui estão alguns conselhos que Bill Gates recentemente ditou durante uma conferência em uma escola secundária sobre 11 coisas que estudantes não aprenderiam na escola. Ele fala sobre como a "política educacional de vida fácil para as crianças" tem criado uma geração sem conceito da realidade, e como esta política tem levado as pessoas a falharem em suas vidas posteriores à escola.
Muito conciso, todos esperavam que ele fosse fazer um discurso de uma hora ou mais. Ele falou por menos de 5 minutos, foi aplaudido por mais de 10 minutos sem parar, agradeceu e foi embora em seu helicóptero a jato ...

Regra 1
A vida não é fácil acostume-se com isso.

Regra 2
O mundo não está preocupado com a sua auto-estima.
O mundo espera que você faça alguma coisa útil por ele ANTES de sentir-se bem com você mesmo.

Regra 3
Você não ganhará R$ 20.000 por mês assim que sair da escola.
Você não será vice-presidente de uma empresa com carro e telefone à disposição, antes que você tenha conseguido comprar seu próprio carro e telefone.

Regra 4
Se você acha seu professor rude, espere até ter um Chefe.
Ele não terá pena de você.

Regra 5
Vender jornal velho ou trabalhar durante as férias não está abaixo da sua posição social.
Seus avós têm uma palavra diferente para isso: eles chamam de oportunidade.

Regra 6
Se você fracassar, não é culpa de seus pais.
Então não lamente seus erros, aprenda com eles.

Regra 7
Antes de você nascer, seus pais não eram tão críticos como agora.
Eles só ficaram assim por pagar as suas contas, lavar suas roupas e ouvir você dizer que eles são “ridículos".
Então antes de salvar o planeta para a próxima geração querendo consertar os erros da geração dos seus pais, tente limpar seu próprio quarto.

Regra 8
Sua escola pode ter eliminado a distinção entre vencedores e perdedores, mas a vida não é assim. Em algumas escolas você não repete mais de ano e tem quantas chances precisar até acertar. Isto não se parece com absolutamente NADA na vida real.
Se pisar na bola, está despedido, RUA !!!
Faça certo da primeira vez.

Regra 9
A vida não é dividida em semestres.
Você não terá sempre os verões livres e é pouco provável que outros empregados o ajudem a cumprir suas tarefas no fim de cada período.

Regra 10
Televisão NÃO é vida real.
Na vida real, as pessoas têm que deixar o barzinho ou a boate e ir trabalhar.

Regra 11
Seja legal com os CDFs (aqueles estudantes que os demais julgam que são uns babacas).
Existe uma grande probabilidade de você vir a trabalhar PARA um deles.

Saturday, June 23, 2007

24ª questão - Quanto vale seu trabalho?

Que tal postar seu trabalho e saber a avaliação de outras pessoas? Interessante não? Eu pelo menos achei. Por isso, resolvi fazer outro blog onde todo mundo possa dar notas e fazer comentários sobre os trabalhos postados. Iniciei com três projetos de agências conceituadas no segmento de design de embalagens. A intenção é fazer um panorama e avaliar o que está sendo feito de interessante no mercado. Para visitar e dar sua nota é só entrar em: http://designrate.blogspot.com

Tuesday, June 19, 2007

23ª questão - O que o Joost tem em comum com a época medieval?

O Joost é aquela TV via internet criada pelos fundadores do Skype e Kazaa. Serve para assistir vídeos em streaming assim como o YouTube. Sua diferença segundo a imprensa, é que o Joost é uma versão mais profissional, com a programação das grandes redes de TV americana. Durante algum tempo existiu uma versão BETA no ar, sendo restrito apenas para um grupo seleto de usuários. Para dar um ar de exclusividade, esses usuários possuíam poucos convites para distribuir entre seus amigos. Dessa forma, criou-se um círculo restrito e segmentado elevando o valor em acessar o Joost. Houve até casos de convites serem utilizados como premiação em alguns sites.

Durante a Era Medieval no período das grandes cortes, praticava-se o direito de nascença para fazer parte de determinados círculos sociais. O que contava era o seu título de nobreza, importando mais a família de onde você nasceu do que o dinheiro. Isso só veio a mudar com o enriquecimento da burguesia, que passou a comprar títulos e dessa forma frequentar e pertencer ao ambiente antes reservado apenas para os nobres.

O interessante nesses dois fatos é analisar a busca constante do ser humano em se distinguir, pertencendo a uma esfera social que dê e reforce sua identidade. Essa forma de distinção pode ser feita basicamente de 3 formas: financeira (quanto eu ganho), intelectual (o quanto eu sei) e social (quem são meus amigos). A utilização de recursos que controlem tanto a restrição quanto a exclusividade, sempre foi um fator fundamental para tornar algo mais valioso e desejado. Seja na época da Rainha Vitória, seja na época de Niklas Zennström e Janus Friis.

22ª questão - Estamos "abrasileirando" a internet?

Saiu no site do Valor Econômico a notícia de lançamento da versão do YouTube no Brasil:

//SÃO PAULO - O YouTube, site de distribuição de vídeos do Google, lançou hoje versões locais em nove países, o Brasil entre eles. O objetivo da empresa é adaptar completamente o site para cada país em que ele é utilizado. Com isso, o Google espera aumentar o tráfego de usuários e o faturamento com publicidade.

"Acreditamos que o YouTube localizado criará um bom ambiente para publicidade e para anunciantes, já que o conteúdo e os próprios anúncios poderão ser mais focados no interesse dos usuários", disse o executivo-chefe do YouTube e seu co-fundador, Chad Hurley. Segundo ele, um dos principais pontos dessas novas versões é acompanhar o que faz o Google, controlador do site, que sempre busca melhorar a relevância da publicidade que chega ao usuário.//

Atualmente as empresas buscam regionalizar e atender melhor os nichos de mercado. Parece que com a globalização houve um movimento inverso da pasteurização de conteúdo, cada vez mais existem ações de valorização das culturas locais e reforço de nossas identidades.

Friday, June 15, 2007

21ª questão - Como usar o design para beneficiar a sociedade?

Meu trabalho de conclusão da faculdade de Desenho Industrial, teve como tema a produção de uma revista de variedades priorizando o lado social. Naquela época eu era extremamente idealista, tendo como objetivo cumprir meu papel não só como designer, mas como cidadão. Queria utilizar meu trabalho de forma útil à sociedade e fazer minha parte em construir um país melhor para as futuras gerações.

Uma das minhas inspirações mais fortes foi a reedição em 2000 do manifesto "Things First Things", que foi inicialmente publicado em 1964. Este foi um documento que designers gráficos britânicos assinaram, repreendendo colegas por terem esquecido os antigos idealismos e perdido de vista as coisas que são realmente importantes.

Foi com esse espírito que iniciei a procurar pessoas no Brasil, que tivessem algum projeto semelhante ao da "The Big Issue" (ver post da 17ª questão). Acabei encontrando um grupo ainda em formação, com muitos sonhos e objetivos mas com uma escassez absoluta de recursos. Conheci pessoas maravilhosas e que até hoje lutam para tornar o Brasil um país mais justo e decente. Acompanhei durante dois anos esse projeto, desenvolvendo os primeiros projetos gráficos e identidade visual da revista. Com grande satisfação, pude ver esse sonho se transformar em realidade. Em julho de 2002 foi lançada a primeira edição da revista Ocas. Nessa época já não estava fazendo parte da equipe, mas não deixo de ter muito orgulho da minha contribuição com o projeto.

Apesar de estar nas ruas a mais de 5 anos e ter transformado positivamente a vida de vários moradores de rua, a revista ainda sobrevive da boa vontade dos voluntários e com recursos escassos. Venho aqui fazer um apelo para os designers que quiserem ajudar nessa causa, entrarem em contato comigo a fim de não deixar morrer esse projeto. A revista necessita de voluntários que possam cuidar da diagramação das matérias, tendo a intenção e responsabilidade de assumir o trabalho por um longo período.

Outras formas de ajuda também são válidas, como captação de patrocinadores ou anunciantes. Para saber mais do projeto basta acessar o site: www.ocas.org.br e tirar todas dúvidas a respeito. Agradeço a todos que tiverem interesse. Pensem sempre no poder que temos como designer para mudar o mundo. Pode ser utópico e sonhador, mas sem sonhos, que graça a vida tem?

Thursday, June 14, 2007

20ª questão - Você acha que é mais pobre de tempo ou de dinheiro?

Essa foi uma das perguntas feitas por Paco Underhill em sua palestra realizada ontem na ESPM. Após alguns instantes deixando a platéia pensar sobre o assunto, ele mesmo deu a resposta: tempo. Acredito que assim como eu, a grande maioria dos presentes também pensou na mesma resposta.

Para quem não conhece, Paco Underhill é um dos mais respeitados consultores da área de varejo. Geralmente é intitulado como geógrafo urbano e antropólogo do varejo, sendo considerado o fundador da ciência de compras. Está de visita no Brasil, onde possui uma filial de sua empresa Envirosell e presta
consultoria para grandes redes de varejo como o Pão de Açúcar.

Sua palestra teve um tom bastante questionador com frequentes perguntas como: Com quem você está comunicando? Quem está olhando para onde? E para onde ele enxerga? O que faz uma mulher entrar em uma loja? O que é global e o que é local?

Apresentou diversas tendências de consumo, muitas delas podem ser vistas com detalhes no site Trendwatching, dando um panorama global sobre novos padrões de comportamento e consumo. Um de seus ensinamentos foi de sempre procurar refletir os hábitos de nossos consumidores. Duas mudanças me chamaram a atenção, uma é a queda do uso de carrinhos de supermercados. A outra é que 10% a 15% das pessoas saem dos supermercados sem comprar nada. Isso acontece porque não encontraram algum item essencial de sua lista de compras. Preferem sair sem nada e comprar toda sua lista onde possam encontrar todos produtos que necessitam.

O Japão possui um lugar de destaque nesse cenário. O que não falta são exemplos inovadores: lojas em Harajuku, onde roupas usadas disputam o gosto dos adolescente com marcas como a Diesel;
a Three Minutes Happiness com o conceito de vender apenas amostras de produtos e a Ranking Ranqueen que já filtra os itens mais vendidos de algumas categorias, facilitando a vida dos consumidores.

Um dos melhores momentos, foi uma analogia com vitrines que serve
quando um cliente nos pede para colocar mais elementos no layout ou aumentar o logo. "Os lojistas finalmente começaram a perceber que se dois letreiros é bom, não quer dizer que vinte e sete terão melhor resultado. Em outras palavras, bastam duas aspirinas para curar uma dor de cabeça. Vinte e sete não te transformarão no Homem-Aranha. A resposta é trabalhar com menos vitrines e melhor exposição."

Espero que esse post tenha trazido alguma informação útil e relevante para quem leu. Afinal, se aqui eu não falo como ganhar dinheiro, pelo menos espero conseguir tornar mais rico o tempo de vocês.

19ª questão - Você sabia que fazemos kula o tempo todo?

Quer dizer, não fazemos kula no sentido exato do termo. Mas de certa forma estamos fazendo uma espécie de kula quando consumimos algo.

O kula é um sistema intertribal de trocas praticado na Melanésia e existente ainda hoje, envolvendo transações locais em todo o arquipélago. Colares e braceletes de conchas são oferecidos com um certo intervalo de tempo, percorrendo depois um mesmo circuito fechado, mas em sentido inverso. Após certo período, os objetos recebidos são repostos em circulação; seu valor reside na continuidade da transmissão. A posse provisória fornece prestígio e renome.

Estudando outras culturas percebemos que não é apenas na nossa sociedade que os produtos servem para distinguir uma pessoa da outra. Sempre existe uma dimensão simbólica por trás de atos aparentemente funcionais. Esta dimensão orienta a troca, que é também uma forma de consumo. O importante é analisar o que chamamos de consumo nos dias de hoje como troca simbólica.

Uma das ferramentas mais importantes para essa análise, é a antropologia voltada para o estudo do consumo. Esta disciplina enxerga o consumo como um processo, estudando suas relações sociais frente um produto (compra e uso). Virei um grande fã dessa forma de se olhar para o consumo, pois estuda-se os seus aspectos mais profundos e simbólicos. Deixamos de lado as análises superficiais e entramos a fundo nas reais motivações e desejos das pessoas.

Sem dúvida para quem trabalha com comunicação e marketing, torna-se fundamental conhecer mais sobre esse assunto. A cada dia surgem notícias sobre novos paradigmas, novas formas de se comunicar com os consumidores, necessidade de reinventar os modelos de negócios, etc...No fundo, será que as pessoas mudaram tanto assim? Ainda não somos movidos pelas mesmas motivações de nossos pais e avós? Talvez por trás de atos "modernos" como escrever um blog, participar de comunidades virtuais, publicar um fotolog, as razões que nos movem são coisas que os seres humanos buscam a muito tempo: reconhecimento, vaidade e necessidade de divulgar suas idéias. O que mudou hoje em dia foi a forma e o acesso, afinal expor o que pensamos ao mundo tornou-se extremamente democrático.

Tuesday, June 12, 2007

18ª questão - Como fazer apresentações eficazes?

Hoje devo ter feito uma das piores apresentações da minha carreira. Poucas vezes tive um feedback tão negativo de um trabalho. Tudo começou quando um cliente nos procurou solicitando um projeto de internet. Seu principal objetivo era receber propostas e sugestões de melhorias para o site.

Trabalho com internet desde 2000, iniciando nessa área na antiga agência de publicidade Lowe Lintas, atual Borghehr/Lowe. Com o passar do tempo, mudei algumas vezes de agência sempre em busca de melhores oportunidades, passando pela DM9, Agência Click, Pop Com (ex-agência de internet da W/Brasil) até que resolvi entrar de sociedade em uma agência de internet.
Nessa agência cheguei a fazer duas propostas de internet para a FIAT através da Leo Burnett. O detalhe é que foram concorrências internacionais para o lançamento de dois carros da FIAT italiana. Apesar de não ganharmos, nossa proposta foi muito elogiada, principalmente pelo pensamento estratégico e criatividade na integração de mídias.

Achei importante fazer esse parênteses, para contextualizar o desastre da apresentação de hoje. Com essa experiência e bagagem adquirida durante minha carreira, comecei a planejar e montar o escopo da proposta. Segui todos passos para um projeto de internet, fazendo o diagnóstico, análise, diretrizes, mapa do site, estudo das ferramentas, funcionalidades, etc...
Além do que foi pedido no briefing, ainda apresentamos como pró-atividade a estratégia de divulgação, formas de mensurar os resultados do site e um estudo sobre os motivos de se investir numa comunidade online.

Tudo bem estruturado, embasado tecnicamente e com o discurso na ponta da língua. Uma apresentação dessas só poderia ser um sucesso com o cliente, certo? Bem, nem sempre as coisas acontecem como esperamos. Às vezes se concentrar nos detalhes e foco no que realmente interessa para o cliente, vale muito mais do que um projeto "diferenciado e moderno". Praticamente toda apresentação foi influenciada por uma falta de atenção que cometemos. O problema é que esse ponto específico foi constantemente levantada na reunião de briefing. Apesar disso, acabamos tratando superficialmente um ponto fundamental. O lado bom, já que não adianta ficar se lamentando é que pelo menos tive uma grande lição e ainda rendeu assunto para um post.

Respondendo a questão do título, acredito que mesmo se tivesse sido eficiente em todos pontos da apresentação, não era isso que iria salvá-la. Eu não deveria ter me preocupado tanto em fazer tudo certo e sim em ser eficaz. Ou seja, fazer a COISA certa.

Sunday, June 10, 2007

17ª questão - Quais as visões sobre o consumo?

Basicamente esse tema é tratado de duas formas. Uma vertente é essa associação negativa representada pelos seguintes pontos:
- perda da autenticidade nas relações sociais
- materialismo
- superficialidade
- ostentação

O consumo é tratado sob o aspecto da crítica social e moralidade, sendo algo fútil e superficial, Representando o mundo falso e inconseqüente. Uma fábula que ilustra bem isso é aquela velha história da cigarra que canta, gasta e consume, enquanto a formiga trabalha duro, poupa e produz. É uma verdadeira ode e elogio a produção. A produção é o sacrifício que nos engrandece enquanto o consumo é o prazer que nos condena.

Até por isso, fala-se muito em consumo consciente, consumo responsável, consumo através de uma causa social. Esse acaba sendo o outro pólo da visão do consumo. Sua visão positiva é sempre associada a consumir algo por uma causa nobre ou ato de cidadania. Exemplos não faltam, sendo um de seus representantes mais significativos a revista "The Big Issue".


Esta é uma causa nobre e que merece todo nosso respeito e apoio. A The Big Issue faz parte de uma ONG inglesa criada em 1991 que tem como principal objetivo, reintegrar os moradores de rua na sociedade, oferecendo a oportunidade de uma renda sustentável. Serve também como canal de comunicação e representação desse público.

Trata de diversos temas possuindo uma circulação semanal e um de seus objetivo é fazer as pessoas comprarem pelo conteúdo editorial e não apenas para ajudar os moradores de rua. Possui áreas bem interessantes, como o diário de um vendedor descrevendo seu dia-a-dia. Inclusive tive o prazer e oportunidade de participar, desenvolvendo os primeiros projetos gráficos de um projeto similar no Brasil. É uma revista com os mesmos objetivos da Big Issue chamada Ocas. Mais para frente, vou fazer um post comentando um pouco sobre esse projeto e minha experiência durante dois anos acompanhando o projeto da revista Ocas.

16ª questão - Quais palavras nós associamos geralmente a consumo?

Será que são mais ou menos essas?

dinheiro/materialismo/luxo/supérfluo/hedonismo/loja/ shopping/consumidor/individualismo/glamour/sustentabilidade/ superficial/status/mercado/globalização/alienação

Pesquisando no Youtube, entendemos porque o consumo tem essa conotação de certa forma pejorativa. Fazendo uma busca rápida sobre o tema, encontramos uma série de vídeos com críticas sociais. Tenho alguns deles na minha lista de vídeos.

Vendo eles e principalmente o vídeo abaixo da campanha "Buy nothing day", percebemos como o consumo é uma parte integrante de nossas vidas. Está presente em praticamente todos níveis de nossa sobrevivência. Atua não apenas nos aspectos funcionais, mas principalmente pelas demandas simbólicas que temos necessidade.

Criticá-lo e falar mal sobre seus aspectos tornou-se politicamente correto. Durante muito tempo foi tratado de forma preconceituosa no meio acadêmico, sendo considerado um assunto "não importante". Ele se tornou um dos vilões da desigualdade social e mazelas da sociedade.

15ª questão - Qual nossa percepção sobre consumo?

O comercial abaixo faz parte da campanha "Buy Nothing Day" da ONG canadense Adbusters. Eles se definem como uma rede global de artistas, ativistas, escritores, estudantes, educadores e empresários que querem avançar em um novo movimento de ativismo social na era da informação. Interessante assistir o vídeo e perceber o quanto o consumo faz parte de nossas vidas.

Saturday, June 09, 2007

14ª questão - Quais os 10 mandamentos do Emotional Branding?


Falando em embalagens, recentemente li um livro que trata em um de seus capítulos sobre esse tema. Trata-se do livro Emotional Branding escrito por Marc Gobé, sendo um grande sucesso na área de design e marketing.
Através do livro, ele detalha e defende a importância de seus 10 mandamentos para o Emotional Branding:

1. from consumers to people
Consumers buy, people live.
2. from product to experience
Products fulfill needs, experiences fulfill desires.
3. from honesty to trust
Honesty is expected. Trust is engaging and intimate.
4. from quality to preference
Quality for the right price is a given today. Preference creates the sale.
5. from notoriety to aspiration
Being known does not mean that you are also loved!
6. from identity to personality
Identity is recognition. Personality is about character and charisma.
7. from function to feel
The functionality of a product is about practical or superficial qualities only.
Sensorial design is about experiences.
8. from ubiquity to presence
Ubiquity is seen. Emotional presence is felt.
9. from communication to dialogue
Communication is telling. Dialogue is sharing.
10. from service to relationship
Service is selling. Relationship is acknowledgment

Esses 10 itens resumem bem o conteúdo do livro. Sem dúvida são mudanças de paradigmas que nos fazem pensar como trabalhar daqui para frente com as marcas. O poeta e autor norte-americano Shel Silverstein criou um termo para descrever épocas como essa que vivemos: tesarac.
O período de um tesarac é aquele no qual as ocorrências antigas estão mortas ou morrendo e não se pode antever facilmente o que acontecerá em seguida. Estamos vivenciando várias transformações culturais, sociais, comportamentais e tendo de saber como lidar com todas essas mudanças. Sem dúvida, trabalhar com design nesses tempos
é uma tarefa fascinante...

13ª questão - Qual a importância das embalagens?


Sou suspeito para falar, ainda mais que vivencio esse universo bem de perto há 2 anos. Como antes trabalhava com publicidade e internet, não tinha noção das peculiaridades desse mercado. Só agora conheci a importância do design de embalagem na construção de uma marca.
Antigamente não gostava de fazer compras no supermercado, assim nunca tive interesse nem disposição em pesquisar mais sobre o assunto. Ironia do destino, hoje em dia, vou ao supermercado a trabalho. Fotografar gôndolas as escondidas e pesquisar sobre o movimento dos concorrentes.
Esse assunto é tão apaixonante que quando começa-se a pesquisar a respeito, é difícil de parar. Saiu um post muito bom sobre embalagens no site The Cool Hunter. O início já diz tudo: "
Packaging has power — enormous power — over what we buy."